29 novembro 2007

CAMINHONEIROS: PEDÁGIO NO PR É O MAIS CARO DO PAÍS

A afirmação feita pela Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) de que as tarifas de pedágio no Paraná são as menores do país foi recebida com estranheza, indignação e revolta pelos caminhoneiros que trafegam nas rodovias pedagiadas paranaenses.

Os transportadores que utilizam vias concessionadas de outros Estados e de países vizinhos afirmam que a qualidade e os serviços prestados pelas empresas no Paraná estão muito aquém, não justificam os valores cobrados. E, ainda, classificam as tarifas de abusivas. "A comparação com outras estradas é absurda.

Na Argentina, o valor pago pelo pedágio é no mínimo perto do que pagamos por aqui. O preço em São Paulo é mais alto, mas pagamos por um benefício que não temos no Paraná. Lá há mais faixas, rodovias duplicadas, terceiras-faixas, viadutos", comparou o caminhoneiro Plínio de Souza Freire, que costuma passar semanalmente por vias administradas pela iniciativa privada em São Paulo e na Argentina.

Para o transportador - que trabalha com um caminhão cegonha há 17 anos - mesmo com uma redução efetiva das tarifas cobradas no Paraná, o pedágio continuaria sendo indevido. "Aqui é muito caro e, mesmo que não fosse, ainda não valeria a pena. São preços abusivos", reclamou.
Outro caminhoneiro que achou a comparação indevida foi Emerson Romão. Ele contou que gasta praticamente o mesmo valor nos percursos entre Curitiba e Paranaguá e de São Paulo à Baixada Santista, contudo as rodovias paulistas, segundo o transportador, são muito superiores. A conservação das rodovias administradas pelas seis concessionárias também foi alvo de reclamação constante dos motoristas.

Giovani Dalla Líbera, de Francisco Beltrão, narrou que em períodos de safra faz semanalmente o percurso de Paranaguá-Curitiba-Apucarana e que a via de acesso à cidade do Norte paranaense está em péssimo estado. Roberto Parra, que também realiza o transporte de cargas entre Paranaguá e o Norte do Estado, concordou. "Rodo em trechos no Paraná que não mudaram nada com o pedágio. Estão roçando a beira da estrada, mas o pavimento continua ruim", observou.
"Eu deixo o valor da prestação de um caminhão novo todos os meses nas praças de pedágio", salientou. Parra chamou a atenção também para a diferença entre as pistas simples e pistas duplas, que são muito mais freqüentes em São Paulo, como foi observado por todos os seus colegas. Com experiência de 26 anos de profissão, Paulo Vanderlind, nem pensa para responder que o pedágio no Paraná é o mais caro que existe. Hoje ele transporta entre Curitiba e Antonina, gastando R$ 1,2 mil por mês. E torce para não precisar de socorro mecânico.
As informações são da AEN.

Redação BondeLondrina

23 novembro 2007

Subprocurador geral da República diz que pedágios podem ser reduzidos pela metade

Para o subprocurador geral da república, Dr. Aurélio Veiga Rios, a recente alteração da Taxa Interna de Retorno (TIR) - que mede o lucro das empresas - das concessões que o Governo Federal pretende lançar provou a possibilidade de uma redução considerável das tarifas de pedágio vigentes no país. “Está na hora de rever os contratos antigos e fazer o reequilíbrio econômico em favor do usuário. Deve-se tratar desse equilíbrio pensando no interesse público”, destacou.


Desde que a União iniciou os estudos de concessão, a TIR foi reduzida de cerca de 17% para 8,9%, uma redução de quase 50%. A tarifa inicial da rodovia Régis Bittencourt, por exemplo, que liga São Paulo a Curitiba, caiu de R$ 4,50 para R$ 2,61 na última decisão da Casa Civil da União.

Segundo o subprocurador, são valores iniciais que ainda devem sofrer novas reduções nas licitações, mas que demonstram sobretudo que os contratos vigentes devem ser atualizados. “O equilíbrio econômico também deve ser praticado em benefício do usuário. Quando se criou esta tese, foi para manter sempre o lucro das empresas. Contudo, não pode haver princípio de mão única”, acrescentou Rios.


De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), no Paraná a TIR cobrada pelas seis concessionárias é em média de 23%. Somente no ano passado, a arrecadação das empresas foi de R$ 735 milhões.

Lucro das concessionárias poderia zerar déficit habitacional do Paraná

O que dá para fazer com R$ 5.272.214,00, o lucro das empresas que operam os pedágios no Paraná:
Casas – R$ 15 mil cada - 351.000
Creches – R$ 200 mil cada - 26.361
Escolas – R$ 1 milhão cada - 5.272
Postos de saúde – R$ 200 mil cada - 26.361
Bibliotecas – R$ 200 mil cada - 26.361
Ginásios de Esporte – R$ 285 mil cada - 18.498
Barracão Industrial – R$ 145 mil cada - 36.360
Pavimentação – R$ 260 mil cada quilômetro - 20.277
Carros Populares – R$ 23,5 mil cada - 225.000
Ambulâncias – R$ 64,7 mil cada - 81.487
Caminhões – R$ 88 mil - 58.000
Trator 50 CV –R$ 40 mil cada pelo custo do Programa Trator Solidário - 131.805
Trator 75 CV – R$ 47,5 mil cada pelo custo do Programa Trator - 110.993
Sacas de Soja – R$ 36 cada - 146.503.388
Cestas básicas - R$ 83,00 cada, preço de mercado, sem considerar que em eventual licitação o preço seria muito inferior - 63.520.650
Seguro-Desemprego – 13.874.247 benefícios em um mês a R$ 380,00 cada
Bolsa-Família – 97.633.592 em um mês a R$ 54 por família, com o pagamento de R$ 18,00 por filho, com o limite de três filhos por casal.

19 novembro 2007

Protesto contra pedágio é teste para Requião

"Vai haver protesto amanhã diante da Assembléia Legislativa, em Curitiba, contra o preço do pedágio, um dos mais altos do país: o Paraná tem apenas duas ou três estradas pedagiadas de mão dupla, a maioria tem apenas uma pista, com pedágios de R$10,91 a cada 80km, em média. Passageiros pagam até R$21,90 ida e volta, em algumas delas. A maioria das concessões é do empresário Cecílio Rego Almeida, pai do ex-secretário de Transportes do Paraná, Marcelo Rego Almeida, deputado federal pelo PMDB, partido do governador Roberto Requião. O governador, que sempre reclamou dos pedágios, será posto à prova no protesto."

Jornal de Brasilia 19/11/07

16 novembro 2007

PEDÁGIO PODE INVIABILIZAR USO DO RODOANEL,DIZEM TRANSPORTADORES

SÃO PAULO - Transportadores que atuam no Porto de Santos afirmam que a cobrança do pedágio por eixo de veículo no Rodoanel Mário Covas, conforme proposta do governo do Estado, pode inviabilizar a passagem pela via. A cobrança encarece o custo do frete rodoviário e, consequentemente, o preço das mercadorias para o consumidor final.
Na última terça-feira, o governador de São Paulo, José Serra, anunciou a modelagem de concessão do trecho oeste. A tarifa pode chegar a R$ 3 e a empresa que oferecer a menor tarifa vencerá a concorrência. No leilão realizado pelo governo federal, o preço do pedágio ficou perto de R$ 1.

O valor máximo não agradou transportadores que operam no cais santista. O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos da Baixada Santista, José Luiz Ribeiro Gonçalves, disse que não haverá condições de pagar a tarifa pretendida. '
- Mesmo que esse valor seja reduzido no processo de licitação, a cobrança por eixo é injusta. Há caminhões com cinco, seis eixos. Considerando que seja mesmo R$ 3,00 o valor final, serão de R$ 15,00 a R$ 18,00 a mais.

Para ele, o estado abrirá a concessão com um valor muito alto para um trecho curto. O Oeste tem apenas 32 quilômetros de extensão ligando as rodovias Régis Bittencourt e Anhanguera.
- Na Régis Bittencourt, que tem 600 quilômetros, a cada 70 quilômetros tem a praça de pedágio, o preço do pedágio varia de R$ 0,90 a R$ 2,80. Mas o detalhe é que é para 70 quilômetros percorridos - explica.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Cargas do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha, afirmou que o setor poderá preferir manter o trajeto pelas marginais Tietê e Pinheiros, que cortam a capital, e o acesso pela Avenida dos Bandeirantes, no coração da zona sul, a entrar no trecho oeste.
- Se for incompatível, muita gente vai continuar viajando pela Avenida Bandeirantes. Se for realmente por eixo, vai inviabilizar totalmente.
Marques da Rocha comentou, ainda, que o sistema de pedágios brasileiro não tem tradição de cobrar por veículo, mas sempre por eixo. Segundo ele, na Europa, o máximo cobrado é por três eixos.
- Aqui tem caminhões com até nove eixos. Quando não vai sair essa passagem pelo Rodoanel? - questionou.
O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas no Estado de São Paulo (Fetcesp), Flávio Benatti, reivindica isenção da taxa para caminhoneiros e transportadoras.

Tribuna Online Plantão em 15/11/2007

12 novembro 2007

LUCRO ALTO

O lucro das seis concessionárias que exploram as 27 praças do pedágio no Paraná poderiam construir 176 mil casas populares, 13 mil creches, pavimentar 10 mil quilômetros de rodovias, adquirir 125 mil carros populares, 65 mil tratores, 29 mil caminhões e 73 milhões de sacos de soja.


Lucro médio
“Isso levando em conta um lucro médio de 50% sobre a arrecadação que atingiu R$ 5,3 bilhões, mas há praças e trechos que lucram sobem para 70% da arrecadação”, disse o líder do Governo, Luiz Cláudio Romanelli sobre os dados apresentados pelo Dieese.

Jornalista Fabio Campana

ARRECADAÇÃO DO PEDÁGIO CRESCE 354%

Em valores atualizados, são R$ 5,3 bilhões, aponta Dieese
AEN


A arrecadação das seis concessionárias de pedágio no Paraná aumentou 354%, de 1998 até outubro de 2007. Esse percentual representa R$ 5,3 bilhões, em valores atualizados, resultantes das cobranças das tarifas nas 27 praças de pedágio. Os dados foram apresentados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) na audiência pública realizada pela Frente Ampla pelos Avanços Sociais, nesta quinta-feira (8), no plenarinho da Assembléia Legislativa do Paraná.De 1999, quando as seis concessionárias arrecadaram R$ 165 milhões, esses valores saltaram para R$ 750 milhões, em 2006, e devem ultrapassar e R$ 828 milhões, em 2007, segundo dados fornecidos pela própria seção da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) no Paraná.Ainda segundo o Dieese, na média, desde o início da cobrança do pedágio no Paraná, em 1998, a tarifa subiu 136% até o final de 2006. A tarifa que teve maior aumento no período foi o da Ecovia, de Curitiba a Paranaguá, com um aumento de 187%. Em 1998, a tarifa era de R$ 3,80, saltando para R$ 10,90 hoje.Outro dado levantado pelo Dieese é que, mesmo no início da cobrança do pedágio, as tarifas já eram bem maiores que as tarifas que serão cobradas pelas empresas que venceram recentemente o leilão realizado pelo governo federal. A média das tarifas das seis concessionárias era de R$ 3,00 em 1998, enquanto a média das tarifas do recente leilão feito pelo governo federal é de R$ 1,10.INFLAÇÃO - O presidente do Senge (Sindicato dos Engenheiros), Ulisses Kaniak, disse que, há seis anos, a entidade vem acompanhando com o Dieese as tarifas de serviços públicos, depois que foram feitas as privatizações. “Vimos que os aumentos eram galopantes, em relação à inflação”, observou. “Se considerarmos que, em dezembro de 98, houve aquela redução proposital em véspera de eleição, praticada durante pouco tempo, os reajustes foram 100% acima da inflação”, disse KaniakKaniak aponta os dados que provam que as tarifas aumentaram abusivamente. “O fluxo de automóveis cresceu nas praças de pedágio e o preço da tarifa, em vez de diminuir, aumentou. Até agora, tudo o que as concessionárias têm feito é lesar o bolso dos contribuintes. Só podemos ir e vir no Paraná se pagarmos pedágio”, disse.O presidente do Senge disse ainda que não há o que justifique os reajustes que, a partir de 2003, foram conseguidos na Justiça. “Não foram feitas grandes obras, só tapa-buracos e remendos na estrada, não teve obras de duplicação novas. O levantamento do Dieese é mais um instrumento para escancarar o absurdo que é o preço cobrado hoje pelo pedágio”.
O coordenador do Fórum Popular contra o Pedágio, Acir Mezzadri, disse que o pedágio não veio por acaso. “Ele foi dado de mão beijada para a iniciativa privada, para amigos e financiadores de campanha. Depois que uma malha enorme de estradas estava construída, paga com recursos da população, as empreiteiras, que se transformaram nas atuais concessionárias, bolaram o melhor negócio do mundo, defendendo a privatização das estradas e sendo beneficiadas com a sua exploração”, lembrou. O presidente do PCdoB de Curitiba, Joel Benin, também consideraram os preços das tarifas de pedágio no Paraná abusivas. “É possível fazer um preço mais baixo e mais justo”, disse Benin.
CAMPANHA - O diretor do departamento jurídico da Associação Comercial do Paraná, João Carlos Régis, disse que as estradas do Paraná foram feitas com dinheiro público e de impostos compulsórios. “As concessionárias não investiram um centavo na sua construção. Não é legítimo, segundo o direito, que quem não colocou nada tire tudo. De Curitiba a Paranaguá, por exemplo, a concessionária não realizou nada que justifique a cobrança de pedágio”, asseverou.O coordenador da Frente Ampla pelos Avanços Sociais, Doático Santos, estabeleceu acordo com representantes do litoral em Paranaguá que as cidades daquela região vão comparecer à grande reunião de todo o Estado marcada para 20 de novembro.
Doático também avisou que em 5 de dezembro, Dia Nacional de Luta contra o Pedágio, data em que a Justiça vem dando os reajustes para as concessionárias, haverá uma grande manifestação em Curitiba com prefeitos e delegações de todas as regiões do Estado.