Ação na Justiça pede bloqueio dos bens de Requião
O Fórum Nacional de Transportes entrou no dia 19 de setembro com uma ação anulatória na Justiça Estadual (4ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba) contra o ex-governador Roberto Requião (PMDB) e Rodrigo Rocha Loures, entre outros, por conta de contrato firmado em 2004 entre órgãos do Governo do Estado e o IBPQ (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade) para fiscalizar rodovias pedagiadas no Paraná.
Segundo a ação, Requião autorizou o contrato sem licitação, firmado através da Tecpar com a IBPQ, e que serviu para desviar R$ 23,7 milhões dos cofres públicos. Três aditivos ao contrato foram assinados por Rocha Loures, então presidente do IBPQ. A ação pede tutela antecipada e o bloqueio de bens dos envolvidos para garantir o ressarcimento dos recursos aos cofres públicos.
O TCE (Tribunal de Contas do Estado), diz a ação, encontrou em 2007 irregularidades no contrato e apontou a devolução dos recursos desviados. Rocha Loures, ex-presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná) é pai de Rodrigo Rocha Loures, ex-chefe de gabinete de Requião, ex-deputado federal e candidato do PMDB à Câmara dos Deputados.
Sem licitação - A revista IstoÉ, de 17 outubro de 2007, já havia apontado os desvios patrocinados por Requião. Aos fatos: em abril de 2005, o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná, com a autorização expressa do governador Roberto Requião, firmou um termo de parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná, a Tecpar, uma empresa estatal especializada, entre outras coisas, em biotecnologia e inteligência artificial. O contrato visava à formação de um “núcleo de referência para avaliação de conformidades” em obras rodoviárias do DER. Para tocar o serviço contratado, a Tecpar contratou, sem licitação, a ONG Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, o IBQP, especializado em consultorias.
Na época, o instituto informou que os convênios firmados visavam “desenvolver manuais de qualidade para as fiscalizações e manuais de gestões de informações para as obras de rodovias”. O desenvolvimento das relações entre o DER, a Tecpar e o IBQP, chamou a atenção dos auditores do TCE que determinou a devolução aos cofres públicos de R$ 19,6 milhões repassados à ONG.
Doção para campanha - O primeiro dado curioso é que o IBQP não precisava realizar os serviços contratados para receber do DER. O Instituto obtinha o dinheiro a partir da sua mera previsão de despesas. Além disso, de um mês para outro, apresentava exatamente o mesmo relatório de despesas. Em dos meses, março, por exemplo, declarou ter gasto R$ 800 com telefonia. Foi o mesmo valor no mês de abril. As despesas bancárias em março e abril também foram as mesmas: R$ 3 mil. O valor da folha de pagamento também permaneceu igual, apesar de o número de rescisões contratuais ter dobrado de um mês para outro.
Aguçaram ainda a curiosidade dos auditores do TCE as relações entre os envolvidos. Quem assina três termos aditivos da parceria com a Tecpar é o presidente do conselho de administração do IBQP, Rodrigo Costa da Rocha Loures, da empresa de alimentos Nutrimental. A empresa doou para a campanha de Requião R$ 105 mil em 2002.
Aditivos - "Em 28 de outubro do mesmo ano (2005), ambas as partes supra mencionadas, e sempre autorizadas previamente pelo governador da época, Roberto Requião, celebraram o primeiro termo aditivo ao termo de parceria, prorrogando sua validade até 26 de junho de 2006, e acrescendo-se ao valor inicial mais R$ 2.388.000,00”, diz a ação.
“Em 12 de junho de 2006, as mesmas entidades e por idênticos representantes, novamente, firmam o segundo termo aditivo ao mesmo termo de parceria, prorrogando sua validade até 31 de dezembro de 2006, acrescendo-se aos valores antes referidos, mais R$ 6.263.000,00. Finalmente, em 1º de fevereiro de 2007, idênticas partes e representantes legais, firmaram o terceiro termo aditivo, prorrogando as atividades até 30 de junho de 2007, e acrescido mais um reajuste monetário, agora no valor de R$ 5.975.700,00, totalizando assim os desembolsos retirados dos cofres públicos – da Tecpar – R$ 23.729.413,00”, continua a ação.
Improbidade - Na ação, o fórum pede a tutela antecipada “para o fim de autorizar o bloqueio de bens (móveis, imóveis, ativos bancários, etc) até o limite de R$ 23.729.413,60, a fim de garantir futura execução do julgado”.
A tutela é pedida, visto ao “risco de dano irreparável” pela possibilidade dos requeridos (Requião, Rocha Loures e outros) “dilapidarem seu patrimônio com o intuito de frustrarem ulterior execução de sentença”.
O fórum pede ainda a devolução dos valores indevidamente recebidos (R$ 23.729.413,60) “atualizado até a data do efetivo pagamento, sem prejuízo do reconhecimento de atos que importam em improbidade administrativa dos agentes públicos referidos, com a extração de peças ao Ministério Público Federal e Estadual para as devidas providências”.
29 setembro 2014
23 setembro 2014
ANTT autoriza primeiro aumento 'extra' de taxa de pedágio em novas concessões
Menos de um ano depois de ter concedido à iniciativa privada seis trechos de rodovias federais, o governo já fez a primeira revisão extraordinária das tarifas de pedágio. A Rota do Oeste, concessionária responsável pela administração da BR-163 (MT), ganhou sinal verde da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para aumentar sua tarifa-base em 0,86%. O aval da agência foi dado antes mesmo de iniciada a cobrança efetiva de pedágio dos usuários. Para isso, a empresa terá que executar pelo menos 10% da duplicação prevista na estrada.
O aumento visa recompor o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, segundo a ANTT, após a inclusão de obras no valor de R$ 17,9 milhões no plano de exploração da rodovia. Com isso, a tarifa-base passou de R$ 2,638 para R$ 2,661 a cada 100 km. Trata-se de uma alta irrisória, praticamente simbólica, mas que suscita questionamentos sobre a eventual necessidade de novas mudanças contratuais.
No ano passado, reportagem do Valor mostrou que a agência reguladora havia aprovado 30 pedidos de reequilíbrio das concessionárias de rodovias privatizadas no governo Lula. Por causa das revisões extraordinárias de tarifas, os pedágios de seis das sete estradas concedidas em 2007 subiram mais do que a inflação oficial acumulada no período, com aumentos de até 69,8%.
Tanto a Rota do Oeste, controlada pela Odebrecht, como a ANTT tratam o reequilíbrio econômico-financeiro aprovado na semana passada como questão "pontual" e refutam a possibilidade de novos aumentos. "É um caso muito peculiar", diz Natália Marcassa, diretora da agência.
Ela garante que essa revisão da tarifa-base na BR-163 não abre "de maneira nenhuma" precedente para futuras revisões nas demais rodovias leiloadas, no programa de concessões da presidente Dilma Rousseff. Os contratos foram assinados a partir de dezembro de 2013 - no caso da Rota do Oeste, a assinatura foi em março.
A concessionária assumiu, como exigência contratual, a duplicação e a implantação de vias marginais em um trecho urbano de 2,3 km no município de Rondonópolis - além de gastos de manutenção e conservação. Essas obras não estavam previstas no plano original de exploração.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ficaria responsável por duplicar esse pedaço da rodovia, mas revogou o edital que já havia sido lançado e desistiu de fazer a obra. "Não poderíamos criar esse gargalo", diz a diretora da ANTT.
O presidente da Rota do Oeste, Paulo Lins, lembra que esse trecho envolve o acesso logístico ao terminal ferroviário recém-inaugurado da América Latina Logística (ALL), também em Rondonópolis, e está no meio de um segmento de 22,7 km com terraplenagem concluída para duplicação pela concessionária.
"Correríamos um risco seríssimo de afunilamento da rodovia justamente onde desemboca todo o escoamento de grãos", explica o executivo. Ele prevê a entrega desse trecho, que totaliza 25 km, entre março e abril de 2015 - a tempo, portanto, de pegar o pico da safra. Para iniciar a cobrança do pedágio, a concessionária precisa duplicar 45 km no total.
Fonte: Valor Econômico
Suspeitos de fraude no Sest/Senat são presos em operação policial
A Polícia Civil do Distrito Federal cumpre, na manhã desta sexta-feira (19), cinco mandados de prisão de suspeitos de desvio de recursos do Serviço Social do Transporte (Sest) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), em Brasília e em Minas Gerais. Até as 8h30, quatro pessoas haviam sido presas na Operação São Cristóvão.
De acordo com a corporação, um grupo de diretores da instituição é suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de recursos da União, repassados ao Sest/Senat entre 2011 e 2012 para a realização de cursos profissionalizantes. Não foi informado se os diretores estão entres os presos. O prejuízo confirmado passa dos R$ 20 milhões, conforme a polícia.
Entre os envolvidos no esquema de desvio de recursos estaria o ex-senador e ex-presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade (PMDB-MG). Ele foi vice-governador de Minas entre 2003 e 2006, durante o primeiro mandato de Aécio Neves. Policiais do estado também foram acionados para auxiliar na operação. O ex-parlamentar é réu no caso conhecido como mensalão tucano.
Na ação penal, Clésio é acusado de peculato e lavagem de dinheiro por ter, supostamente, tentado ocultar recursos recebidos de Marcos Valério na campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998 – Clésio Andrade era candidato a vice. O G1 tentou contato com um advogado do ex-parlamentar, mas até as 9h ninguém havia sido encontrado.
Segundo os agentes da operação, diretores receberam gratificações salariais milionárias nesse período. A entidade teria falsificado documentos para justificar os pagamentos à Controladoria-Geral da União (CGU).
Fonte: G1 Minas Gerais
De acordo com a corporação, um grupo de diretores da instituição é suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de recursos da União, repassados ao Sest/Senat entre 2011 e 2012 para a realização de cursos profissionalizantes. Não foi informado se os diretores estão entres os presos. O prejuízo confirmado passa dos R$ 20 milhões, conforme a polícia.
Entre os envolvidos no esquema de desvio de recursos estaria o ex-senador e ex-presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade (PMDB-MG). Ele foi vice-governador de Minas entre 2003 e 2006, durante o primeiro mandato de Aécio Neves. Policiais do estado também foram acionados para auxiliar na operação. O ex-parlamentar é réu no caso conhecido como mensalão tucano.
Na ação penal, Clésio é acusado de peculato e lavagem de dinheiro por ter, supostamente, tentado ocultar recursos recebidos de Marcos Valério na campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998 – Clésio Andrade era candidato a vice. O G1 tentou contato com um advogado do ex-parlamentar, mas até as 9h ninguém havia sido encontrado.
Segundo os agentes da operação, diretores receberam gratificações salariais milionárias nesse período. A entidade teria falsificado documentos para justificar os pagamentos à Controladoria-Geral da União (CGU).
Fonte: G1 Minas Gerais
Clésio Andrade anuncia volta à CNT após denúncias de desvio de verbas
O ex-vice-governador de Minas Gerais e ex-senador, Clésio Andrade, disse na tarde desta sexta-feira (19) que reassumiu hoje a presidência da Confederação Nacional do Transporte (CNT), de onde estava afastado desde abril. A declaração foi dada antes do depoimento dele no Ministério Público, em Belo Horizonte. Ele é suspeito de envolvimento em desvios de verbas investigados na Operação São Cristóvão. Nesta manhã, a Polícia Civil tentou cumprir mandado de condução coercitiva - quando a pessoa é encaminhada para prestar depoimento - na casa dele, na capital mineira, mas ele não foi encontrado. Mandado de busca e apreensão foi cumprido no local. O ex-senador diz que é inocente.
Réu no processo do mensalão tucano em Minas Gerais, o ex-senador é apontado como suposto chefe do esquema. Ele se apresentou para falar sobre denúncias da Operação São Cristóvão, comandada pela Polícia Civil do Distrito Federal. Andrade é suspeito de participação em desvios de verbas do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), em Brasília e em Minas. Quatro pessoas foram presas no DF.O ex-senador disse que está "reassumindo hoje a presidência da confederação [Nacional do Transporte - CNT], que eu estava licenciado desde abril". Segundo ele, duas medidas já foram tomadas na volta ao cargo, sendo o pedido de afastamento de todos os envolvidos no esquema até que seja finalizada a investigação, e a abertura de uma sindicância no sistema para que as denúncias sejam apuradas.
Andrade chegou usando uma bengala, e disse que está com necrose nos dois fêmures. Ele renunciou ao mandato de senador em 15 de julho deste ano, alegando motivos de saúde – desde abril, ele também já estava licenciado do cargo de presidente da CNT.O suposto esquema de desvio de verbas do Serviço Social do Transporte (Sest) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) investigado pelas polícias do Distrito Federal e de Minas Gerais pode ter movimentado até R$ 70 milhões, segundo o delegado-adjunto da Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco), Luiz Fernando Cocito, de Brasília. A verba é repassada pela União às entidades para a realização de cursos profissionalizantes.
“Entre 2011 e 2012, foram desviados aproximadamente R$ 20 milhões. Se voltarmos cinco anos, o rombo seria de aproximadamente R$ 70 milhões", afirmou. Os desvios se davam pela contratação de serviços de pequenas empresas por valores altos e pelo pagamento de gratificações elevadas a diretores das entidades. Um lava-jato, por exemplo, recebeu mais de R$ 2 milhões em um ano, de acordo com as investigações.
Clésio Andrade
De acordo com a polícia, o ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) é suspeito de comandar o esquema. O delegado Souza disse que já é possível afirmar que ele cometeu ao menos um crime – de falsidade ideológica.
"O ex-senador e ex-presidente da CNT Clésio Andrade é quem nomeia a direção. Nós temos hoje elementos que podem confirmar que esse ato normativo [que autorizava gratificações maiores que salários] foi fraudado, montado para justificar esses pagamentos. O simples fato dessa fraude o incrimina em um crime, que é falsidade ideológica”, afirmou o delegado Souza. "[A organização é] Comandada, ao que tudo indica, por um ex-senador da República", disse o delegado Cocito.
De acordo com a polícia, o ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) é suspeito de comandar o esquema. O delegado Souza disse que já é possível afirmar que ele cometeu ao menos um crime – de falsidade ideológica.
"O ex-senador e ex-presidente da CNT Clésio Andrade é quem nomeia a direção. Nós temos hoje elementos que podem confirmar que esse ato normativo [que autorizava gratificações maiores que salários] foi fraudado, montado para justificar esses pagamentos. O simples fato dessa fraude o incrimina em um crime, que é falsidade ideológica”, afirmou o delegado Souza. "[A organização é] Comandada, ao que tudo indica, por um ex-senador da República", disse o delegado Cocito.
Souza afirmou ainda ser “prematuro” dizer que Clésio Andrade recebeu alguma quantia no suposto esquema. “Existe a suspeita da participação dele nesse esquema que está embasada nessa fraude documental. Há uma suspeita, uma probabilidade [de que ele tenha recebido dinheiro], pelo cargo que ele ocupava, de que elas [as pessoas presas] estariam ali a serviço dele.”
Clésio Andrade foi vice-governador de Minas Gerais entre 2003 e 2006, durante o primeiro mandato de Aécio Neves (PSDB). Na ação penal do mensalão tucano, Andrade é acusado de peculato e lavagem de dinheiro por supostamente ter tentado ocultar recursos recebidos de Marcos Valério na campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas em 1998, quando era candidato a vice-governador.
Com a renúncia ao mandato no Senado, o processo contra o ex-senador que tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) foi encaminhado para a primeira instância da Justiça estadual em Minas Gerais.
Fonte: G1 / Minas Gerais
05 setembro 2014
ENTREVISTA DE Luiz Pereira Carlos A REVISTA ZONA OESTE AGORA/RJ. TUDO sobre pedágio Linha Amarela.
1) Luiz
Pereira Carlos, como iniciou sua insatisfação com o pedágio Linha Amarela?
- Cesar Maia e eu morávamos no mesmo condomínio
onde inclusive ele foi sindico e ali iniciou sua carreira politica, pertencia
ao grupo deles nessa administração de forma indireta ou direta, entre outros
Arolde de Oliveira e Eider Dantas, Gilberto Ramos, etc. Cujo sistema de
administração, em nossa opinião, era totalitário, invasor e marginal, e isso me
chamou atenção.
2) Não
entendi, porque totalitário, invasor e marginal?
- Porque antigamente não tomavam decisões
colegiadas, mesmo depois do colegiado sempre foi um colegiado pinçado na
comunidade de maneira que de colegiado democrático só tem mesmo o nome e as
desígnios no papel, que torna as decisões totalitárias. Invasor porque cercaram
vias publicas e tomaram posse de ruas e avenidas em nome de um suposto
condomínio regular, mas que na verdade a intenção é ter em mãos o que chamam de
cacife politico subdomínio, e que eu chamo como aprendi no interior dos
coronéis, Curral Eleitoral. Marginal, porque dentro dessa situação condominial
é quase tudo feito ao arrepio da lei, das grades que cercam a comunidade, as
placas de transito, das obras em ruas e praças publicas, do uso da agua e da
energia elétrica comunitária, e sobre tudo da segurança que deu origem as
milícias, hoje parcialmente desarmada, um pouco melhorada, mas já foi comandada
nos moldes milicianos, por longos anos o que nos deu muito trabalho pra
reverter essa situação com ajuda da PM-RJ sob comando do Cel. Josias Quintal.
3) Então
esse perfil do Cesar Maia lhe chamou atenção sobre a Linha Amarela?
- Perfeitamente, a primeira noticia sobre a Linha
Amarela no Rio de Janeiro, projeto viabilizado por Cesar Maia, do meu
conhecimento se deu depois de uma sigilosa concorrência publica no inicio dos
anos 90 sob todas as togas e procuradorias, pode se dizer cercado de sigilo de
estado. Veio a publico em 1996, mesmo assim publico seleto e restrito do dito
condomínio, onde uma pequena nota foi publicada no informativo da comunidade,
com objetivo primordial de observar e analisar a opinião e, formatar aceitação
dessa comunidade de aproximadamente oito mil moradores. A partir de então seria
difundida além das grades comunitárias, por essa elite, porem devidamente
trabalhada para amenizar o impacto social e procurar o silencio e aceitação da
ideia aos Cariocas sobre o tema, ou no mínimo criar na dúvida uma expectativa
de que esse caminho estaria correto, cujas informações eram forjadas e
dissimuladas.
4) Luiz,
objetivamente o que há de tão grave relativo à cobrança de pedágio na Avenida
Governador Carlos Lacerda, conhecida por Linha Amarela, interligando os bairros
que se encontram entre a Avenida Brasil e a Avenida Ayrton Senna, que eles
insistem em chamar de Auto-Estrada?
- Essa é uma resposta que deve ter várias etapas,
sendo de plano e observado atentamente o abuso de algumas autoridades, a
conivência suspeita das autarquias com esses abusos, o desrespeito e afronta
contumaz a lei e a constituição federal, por parte não só do executivo
municipal impunemente como dos vereadores, deputados, Tribunais de Contas,
Ministério Publico, TJ-RJ, etc.
4.1)
Sobre o principio mobilidade urbana, da equidade Jurídica e da moralidade administrativa; - Qual a
justificativa pra se colocar praça de pedágio na “avenida” e extorquir o
contribuinte nos seus afazeres diários, com o falso argumento de que se trata
de uma via expressa ou uma Auto-Estrada?
- Os mais antigos viram as construções dos túneis
que ligam zona sul a Barra da Tijuca e os de Copacabana ligando ao Aterro da
Glória que foi outra importante obra na orla com jardins e avenidas suntuosos,
ligando zona sul ao centro da cidade, vimos construção da Perimetral, e o furto
das vigas, vimos o túnel Rebouças interligando bairros da zona sul a praça XV,
a nova Avenida Atlântica e, Avenida Niemayer, o elevado do Joá de encostas
rochosas, enfim obras caríssimas e tuneis quilométricos, que resistem até hoje
mantidos pelo erário. Sem falar na Grajau-Jacarepaguá, Alto da Boavista ligando
Tijuca-Barra, todos custeados com recursos publico oriundos de “impostos
padrão” sem a cobrança de pedágio sem essa invenção fatídica de PPP concedendo
por prazos eternos a grupos que superfaturam a exploração. A quantidade de
contribuintes nessa época era bem inferior à atual, hoje aumentou a arrecadação
de impostos. Portanto não se justifica que estejam cobrando pedágio na Avenida
Governador Carlos Lacerda – (LAMSA) e tramando contra o contribuinte com
argumentos falaciosos com único objetivo de extorquir e locupletar pequenos
grupos. Criam Pedágios em AVENIDAS forjando nomes que remetem a Trans-Amazonica
como autoestrada, pra se adaptar a CF e a lei, inventam nomes tipo: Trans-Olimpica,
Auto Estrada Linha Amarela no Rio e Trans-Oceanica em Niterói que na verdade
são modestas “Avenidas Municipais” entre bairros com extensão dentro da média
padrão para avenidas municipais dessa categoria, em todas as capitais do
Brasil.
4.2) Nesta faze da resposta esta a visão legal e
constitucional do objeto. Como não sou advogado não seria ético fundamentar de
dar sustentação nesse campo obrigo-me usar material de pesquisa, obtido junto a
pessoas capacitadas para arguir sobre o tema, Procuradores, Juízes, Delegados e
demais autoridades, que no momento certo podem ser instados a
manifestar-se.
4.3) O que se pesquisou é que municípios não podem
legislar sobre pedágios (LEI Nº 5.512, DE 17 DE AGOSTO DE 2012) e muito menos criar agencias reguladores nesse
sentido é o que determina a Constituição Federal sobre o tema, pedágio.
Inclusive com jurisprudência formada no STF, esclarece que pedágio é taxa de
conservação de “Estradas de Rodagem”. (Dai eles forjarem os nomes das avenidas
como Trans e AutoEstrada). Mas é exatamente o que estão fazendo.
4.4) Sabe-se também que os municípios quando
necessitam de verbas extras para obras emergenciais, neste caso especifico para
desafogar o transito entre bairros, devem fazer atendendo o Código Tributário
Nacional Art. 81 via Contribuição de Melhoria que exige seja mediante referendo
popular apresentando os custos pra que serão arrecadados em “parcela única” no
IPTU, o que daria uma modesta quantia rateada entre os milhares de
contribuintes, indolor.
4.5) Por outro lado temos exemplos práticos do
Ministério Publico Federal a nível Brasil. Só no Rio de Janeiro, o MPF relocou
ou extinguiu dezenas de praças de pedágio por estarem cobrando pedágio de
moradores dos municípios onde estavam instaladas, e quando não remove a praça
do pedágio fica consignando que até a efetiva remoção destas praças, todos os
veículos com emplacados da localidade devem trafegar isentos da cobrança, nesse
sentido o judiciário vêm acatando essas ações, numa exemplar demonstração de
que ainda temos justiça no Brasil e juízes conscientes. Ao contrario o
MP-Estadual-RJ se esconde, fica omisso, de tal forma que se suspeita conivente
ao esquema!?
4.6) Chama atenção o tipo e a quantidade de
impostos específicos para esse fim, e outros embutidos, que o cidadão paga
caracterizando que tal situação é na verdade uma cobrança indevida e extorsiva,
apelidados por qualquer subterfugio legal ou forjados em autoestrada, via
expressa, trans..., a confundir-se com taxas e tributos, com a clara intenção
de locupletar-se, é imoral e criminoso: A exemplo o IPTU.
4.7) Vamos destrinchar o significado da sigla IPTU:
IMPOSTO (valor arrecadado para obras e
conservação de bens publico)
PREDIAL (da construção urbana da sua
casa, escritório, ou bem erigido em madeira, cimento, ferro, telhas, tubulações
eletro-hidráulicas).
TERRITORIAL – (do território que lhe cabe em
partes proporcional com seus vizinhos abrangendo o local da construção onde,
atualmente, inclui-se a calçada de responsabilidade do contribuinte).
URBANO – (da parte urbana, ou seja, das
ruas e avenidas, iluminação, limpeza urbana, conservação pelo estado ou
município do perímetro urbano de uso coletivo).
5) No que
se refere à Isonomia que tanto você reclama, poderia explicar melhor?
- São dois aspectos básicos, sendo o primeiro por
se tratar da única avenida com cobrança de pedágio no Brasil e no mundo, não
existe outra. Porque os moradores da Zona Oeste pagam pedágio e os demais
moradores da cidade nos demais bairros não pagam, não tem essa mesma obrigação,
e isso ferem o principio de igualdade entre contribuintes da mesma espécie sob
as mesmas condições. No
entanto não é tão grave quando se tem conhecimento que apenas 20% dos usuários
da Linha Amarela pagam o pedágio todos os dias, e 80% trafegam diariamente com
os mesmos benefícios, a custo zero, afrontando direitos e garantias
individuais de contribuintes da mesma espécie, e ainda por cima os não pagantes
são, proporcionalmente os maiores causadoras dos acidentes, engarrafamentos e
custos de manutenção desta Avenida Governador Carlos Lacerda, apelidada de Auto
Estrada Linha Amarela.
6)
Continuamos a não entender porque apenas 20% pagam o pedágio, como é isso?
Não sei se perceberam que antes do túnel maior,
sentido Barra-Centro na Linha Amarela tem a presença contumaz de uma viatura da
LAMSA afunilando o transito para uma só via causando enorme retenção, inclusive
motivo de queixa dos serviços de emergência tipo, ambulâncias, policias, etc.
Os motivos são dois: Primeiro que a LAMSA por contrato tem que manter nas
proximidades da praça do pedágio um tempo pré-determinado e estipulado
contratualmente em no máximo 5 minutos para o atendimento ao cliente e ou uma
fila de no máximo 150 metros, sujeitos as penalidades e multas contratuais, até
mesmo a cassação do contrato de concessão, dai a retenção forçada pela
concessionaria pra livrar-se das sanções impostas. Segundo; que os veículos que
entram na Linha Amarela a partir do Bairro de Agua Santa no mesmo sentido
Barra-Centro, e no retorno sentido Bonsucesso-Meier, além de não pagar o
pedágio e usufruir toda assistência de SOS, são os maiores causadores do
transito em excesso, dos engarrafamentos diuturnos.
7) O que
me diz sobre a proposta da Linha Amarela quanto a Mobilidade Urbana?
Isso é outro ponto crucial que infelizmente se
tornou a grande mentira do projeto, que seria bem vindo ao sentido de facilitar
a mobilidade urbana entre os bairros, mas o que vemos são justamente os
opostos. Hoje a Avenida Gov. Carlos Lacerda é a via mais congestionada da
cidade, inclusive batendo os recordes da vizinha Av. Brasil, pagamos pedágio
astronômico para ficarem horas parados e sem opções. As rotas de fuga levam o motorista
a transitar por dentro dos bairros que não tem estrutura suficiente para
receber o trafego de escoamento, além de prejudicar a qualidade dos bairros
periféricos, existe o problema de atravessar comunidades de altíssimo risco
como no caso do Morro dos Macacos que enfrentam quase que diariamente a policia
com armas de grosso calibre, inclusive ali mesmo já abateram um helicóptero da
policia. A via só vai melhorar como alternativa a mobilidade urbana se a
praça do pedágio for extinta, pois é ali o maior foco de retenção. E sem dúvida
abuso de poder. Pela própria natureza urbana da avenida municipal o pedágio
torna-se indivisível, injusto, seria mais coerente colocar uma taxa no IPVA e
cuidar de todas as vias urbanas de grande porte. Isso sim atenderia a conceito
de Mobilidade Urbana equânime.
8) Como
explica o preço do Pedágio Linha Amarela onde afirma não ser compatível?
Em principio não gosto de fazer referencia de
preços sobre o pedágio da Linha Amarela na Avenida Carlos Lacerda, se é caro ou
barato ou, se devemos pagar só de ida, etc. Corremos o risco da concessionaria
que tem gordura de sobra pra queimar o preço, fazer uma redução e sair de
boazinha junto a opinião publica, oq eu atrapalha os meus objetivos que é o de
acabar literalmente com a cobrança no estilo pedágio. Até porque é ilegal,
viola jurisprudência e leis que limitam a praça de pedágio a 35Km de distancia
do perímetro urbano como no caso a lei 12.481/53 conhecida como a “Lei do Marco
Zero”.
Em média, segundo as normas vigentes da ANTT,
pagamos a cada 100km, distancia mínima por lei entre as praças de pedágio nas
estradas, algo em torno de R$8.03 o que vale dizer que o km custa ao
contribuinte R$ 0.0803 centavos de real nas principais rodovias interestaduais
e federais, incluindo-se ai a Rod. Fernão Dias, etc., onde o peso médio dos
veículos é o triplo do que trafegam na Linha Amarela e o trafego dezenas de
vezes mais intenso em tudo, fluxo de caminhões, atendimentos a acidentes,
assaltos. Sem comparação com a LAMSA.
Fazendo uma conversão a media dos preços e
transferindo os números ao pedágio cobrado na Linha Amarela no centro da cidade
do Rio de Janeiro o pedágio deveria custar, acreditem;
Da Praça do pedágio no Bairro de Agua Santa que
fica na Avenida Governador Carlos Lacerda até Bairro da Ilha do Governador onde
termina junto a Universidade Federal, cuja distancia entre esses pontos é de
8.2Km se multiplicado por R$ 0.0803 centavos de real na média encontrada por
km/rodado, o valor máximo desse pedágio da Linha Amarela seria de R$0.659 de
centavos, no entanto o pedágio LAMSA custa ao Carioca R$5.00 ou seja, R$ 60.97
por cada 100km rodados nesse trecho, trecho esse que esta sendo usado pela
maioria dos não pagantes, ou seja 80% que ali trafegam nessa via pedagiada, não
pagam o pedágio pela própria condição de indivisibilidade da via, e não por
esperteza de quem trafega nesse trecho.
A conta fica ainda mais absurda, pra não usar um
termo pejorativo, quando fazemos calculamos, da Praça do pedágio no Bairro de
Agua Santa que fica na Avenida Governador Carlos Lacerda até Bairro da Barra da
Tijuca onde se inicia a concessão da LAMSA, mais propriamente em frente a
comunidade da CDD, cuja distancia entre esses pontos é de 6.8km se multiplicado
por R$ 0.0803 centavos de real na média encontrada por km/rodado proporcional
ao que determina a ANTT, o valor máximo desse pedágio da Linha Amarela seria de
R$ 0.546 de centavos por veículo-eixo, no entanto o pedágio LAMSA custa ao
Carioca R$5.00, ou seja, R$ 73.52 por cada 100km rodados nesse trecho.
Portanto amigos o preço médio do pedágio da Linha
Amarela por cada 100km rodados-eixo na Avenida Carlos Lacerda é de absurdos R$
67.23 (sessenta e sete reais e vinte e três centavos) cobrados sem emissão de
nota fiscal.
Rio de Janeiro, 11 de Agosto de 2014.
Luiz Pereira Carlo
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