Motos, carros de passeio, utilitários e até caminhões trafegaram normalmente na segunda-feira (26) pela Estrada do Ceboleiro, principal desvio da praça de pedágio instalada na BR-369, em Arapongas. A via, que liga Arapongas e Rolândia, foi fechada há vinte dias pela Concessionária Viapar após o Movimento Tarifa Zero desbloquear o acesso à estrada na altura da Rua Rabilonga-Vermelha. A Estrada do Ceboleiro é alvo de discussão judicial há anos, mas, com o surgimento do Movimento Tarifa Zero, no início do ano, manifestantes passaram a abrir passagem e realizar protestos contra a cobrança da tarifa integral de moradores de ambos municípios.
A abertura, desta vez, foi feita ao longo do traçado original da Estrada do Ceboleiro e tem cerca de 200 metros. Para desviar das valetas abertas e das as placas de concreto instaladas pela Viapar, os manifestantes abriram uma nova estrada. Com o novo desvio, caminhões voltaram a usar o trecho. Com o bloqueio feito pela Viapar, somente motoristas com carros de passeio, utilitários e motos continuavam a usar o desvio, trafegando ao lado da linha férrea.O caminhoneiro Josias Isidoro dos Santos, de 43 anos, passou pelo desvio ontem para ir e voltar de Londrina.
“Precisei ir à oficina, em Londrina, e como estou só com o caminhão resolvi passar pela estrada. Se eu passasse pelo pedágio iria deixar cerca de R$ 30. Vale a pena passar pela estrada mesmo demorando um pouquinho mais”, avalia.Santos comenta ainda que quando está carregado o valor deixado no pedágio é ainda maior. “O caminhão tem sete eixos e tenho que pagar R$ 10,50 por eixo. É inviável. O problema não é o pedágio, mas o valor que cobram”, pontua.O colega de profissão José Carlos Pinto, 57, também reclama do valor, que considera alto. Ele, que tem um bitrem, foi até o local ontem à tarde para verificar se conseguiria passar com o caminhão.
“O caminhão está no posto, mas não vou arriscar. A terra, onde abriram a estrada, ainda está mole. Vou ter que deixar no pedágio quase R$ 50”, calcula.Já o designer de móveis Ruis Gonçalves, 23, defende que a estrada tem que ser aberta, porque era de servidão pública. “O pedágio fere o direito constitucional de ir e vir. Se não tenho dinheiro para pagar o pedágio, não posso sair da cidade”, questiona.No último sábado, manifestantes entregaram panfletos e adesivos nas ruas principais de Arapongas. A bandeira do movimento é a redução da tarifa aos moradores ou a abertura da Estrada do Ceboleiro, que é usada principalmente por trabalhadores e estudantes.Contactada pela reportagem, a concessionária Viapar afirmou que não vai comentar o assunto. O fechamento do desvio tem amparo judicial e é baseado em decisão do STJ.
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