Após a privatização de grande parte da malha rodoviária brasileira, o setor de transportes, mais precisamente o segmento de exploração de rodovias, tem se mostrado como uma excelente opção de investimento.
Alguns autores acreditam que o preço das ações no longo prazo tende a refletir o potencial de lucratividade da empresa. No caso destas empresas isso tem se confirmado. As três maiores empresas do segmento que têm suas ações negociadas na bolsa brasileira são a CCR,
Ecorodovias e a OHL Brasil. O desempenho de suas respectivas ações nos últimos anos foi excepcional.
As ações CCRO3 da CCR dobraram seu valor de 2008 até os dias atuais. A Ecorodovias entrou na Bovespa em meados de 2010 e até hoje rendeu 35%. A alta mais voraz ficou por conta da OHL que subiu 391% em pouco mais de 3 anos.
Esses valores não consideram a distribuição de dividendos, que estão cada vez maiores. Nas estradas as três empresas somadas, apenas nos últimos três meses, lucraram a bagatela de meio bilhão de reais em suas cancelas.
Semana passada, a Ecorodovias venceu o primeiro leilão do ano comprando o trecho capixaba da BR-101. A tarifa oferecida foi de R$ 0,03391 por Km, deságio de 45% em relação ao máximo permitido.
Assim como em relação aos outros trechos da BR-101 os investidores não gostaram do acordo. As ações ECOR3 chegaram a cair mais de 5% durante o pregão de ontem, mesmo com a bolsa brasileira operando em forte alta.
Todas as empresas do setor que estão listadas na bolsa participaram do leilão. Antes do acordo foi dito que o deságio máximo aceito do limite seria em torno de 42%. Mas observando as concessões atuais e a capacidade de geração de resultados da empresa fica difícil acreditar que algo pode dar errado.
De maneira geral, quando o consumidor ganha, o acionista perde. Por exemplo, nos pedágios da BR-101 catarinense o aumento foi de 40% em pouco mais de dois anos de sua instalação, em uma rodovia inacabada, ou ‘inacabável’. Então, com certeza, somente os acionistas não deverão se irritar ao constatar aumento nas tarifas dos pedágios.
Fonte: Lucas Rocco - lucas.rocco@xpi.com.br
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