O deputado estadual Cleiton Kielse (PMDB) garantiu ontem estar reunindo provas de que parlamentares tem relação com empresas ligadas às concessionárias de pedágio no Estado. Ele afirmou que está levantando esse material através do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR), e pretende apresentar os dados em agosto, após o recesso. Na semana passada, Kielse causou polêmica ao afirmar que deputados teriam sido “comprados” pelas concessionárias para evitar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) visando investigar os contratos e as tarifas.
As declarações levaram o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), a pedir a abertura de um processo contra o peemedebista no Conselho de Ética da Casa. Kielse vem tentando instalar a CPI desde fevereiro de 2011. O requerimento foi rejeitado depois que o líder da bancada do governo, deputado Ademar Traiano (PSDB), apontou que o texto não indicava nenhum “fato determinado” para a abertura da investigação. Traiano argumentou ainda que a Assembleia já havia realizado uma CPI para investigar o pedágio em 2003, sem resultados. E que não haveriam “fatos novos” que justificassem a abertura de outra comissão.
O tucano alegou ainda que a criação da CPI poderia atrapalhar as negociações que o governo estava abrindo com as concessionárias, visando a retomada das obras e a redução de tarifas. Ontem, ele voltou a usar essa argumentação. “O governo passado prometeu abaixar ou acabar com o pedágio. Não fez nem uma coisa , nem outra. Ninguém suporta mais ouvir falar em CPI do pedágio. Os contratos são muito bem amarrados juridicamente”, alegou Traiano.
Kielse apresentou recurso contra a decisão da Mesa Executiva. Em outubro passado, Rossoni rejeitou o pedido, com base em parecer da diretoria legislativa da Casa segundo a qual o peemedebista deveria ter apresentado um recurso ao plenário, e não diretamente à Procuradoria da Assembleia.
Irritado com as decisões da cúpula da Casa, Kielse afirmou, na semana passada, durante audiência pública que haviam “deputados comprados pelo pedágio, que venderam a sua alma ao diabo, que estão esperando algum acréscimo de benefício na sua própria vida pessoal”.
Ontem, ele voltou a afirmar que vai pedir ao TRE dados sobre parlamentares que tenham recebido contribuições de campanha de empresas ligadas às concessionárias. O levantamento incluirá as eleições de 2002, 2006 e 2010. “Já temos informação concreta de que deputados foram beneficiados por empresas sócias do pedágio ou vinculadas a empresas que integram consórcios”, afirmou, sem querer dar detalhes ou nomes por enquanto.
Segundo ele, as 18 empresas que integram consórcios com concessões de rodovias também têm subsidiárias que faturam R$ 500 milhões ao ano com a prestação de serviços.
“Algumas também patrocinaram eventos políticos de diversos partidos”, explicou.
De acordo com Kielse, deputados se recusaram a assinar o requerimento para a abertura da CPI alegando que “não poderiam se envolver por motivos práticos”.
Fonte: Bem Paraná.
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Um comentário:
Acaso tudo isso é NOVIDADE prá alguém???????
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