Se prevalecerem os estudos realizados pela prefeitura para implantação da Linha Viva, os motoristas deverão desembolsar cerca de R$ 9 para percorrer a via que ligará a Rótula do Abacaxi à Rótula do Aeroporto, seguindo o traçado da faixa de servidão das linhas de transmissão de energia da Chesf. A via expressa, segundo a prefeitura, poderá absorver cerca de 40% do tráfego da Avenida Paralela.
O candidato a prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) diz que é "a favor da Linha Viva. Porém, somente após o detalhamento do projeto definiremos a equação para o financiamento". O candidato do PT, Nelson Pelegrino, não foi localizado mas em matéria publicada em A TARDE, dia 27 de setembro, afirmou sobre o tema: "Em nossa gestão, vamos fazer uma reavaliação de todos os projetos em curso".
O edital de licitação elaborado pela Prefeitura de Salvador prevê valor estimado para o pedágio de R$ 0,51 por cada quilômetro de avenida, que possui um traçado de 17,7 quilômetros. "Em princípio, o valor daria em torno de R$ 9. Mas ainda haverá ajustes e o usuário que não utilizar a via toda pode ter alguma redução", afirma o secretário municipal de Transporte e Infraestrutura, José Luiz Costa.
O secretário afirma que o preço proposto reflete a média cobrada em outros pedágios urbanos. Contudo, o valor representa cerca do dobro do cobrado na Linha Amarela, no Rio de Janeiro, que possui uma taxa de pedágio de R$ 4,70 para veículos de passeio e um traçado de 25 quilômetros de extensão.
José Luiz Costa justifica: "Cada projeto tem sua especifidade. Na Linha Amarela, houve investimento do poder público".
O projeto da Linha Viva prevê a concessão do sistema viário por 35 anos tendo como contrapartida a construção, gestão e manutenção da via. A avenida demandará quatro anos de obras e investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão.
O pedágio só poderá ser cobrado após a entrega da obra. Pelo modelo proposto, vence a licitação a empresa ou consórcio que pagar a prefeitura o maior montante a título de outorga, tendo como piso o valor de R$ 20 milhões.
O edital de licitação seria discutido em audiência pública ontem na Escola Politécnica da UFBA. A reunião, contudo, foi suspensa por pressão do público, que alegou que a prefeitura não cumpriu o rito legal de publicização da audiência e divulgação do projeto.
Desapropriações -
Enquanto a iniciativa privada vai arcar com a construção da avenida, a prefeitura será responsável por indenizar as famílias cujos imóveis forem desapropriados. Para isso, a prefeitura já decretou como de utilidade pública uma área de 4,6 milhões de metros quadrados.
O secretário José Luiz Costa afirma que as indenizações serão pagas com recursos arrecadados com o pagamento da outorga.Mas admite que a prefeitura ainda não possui o levantamento de quantos e quais imóveis serão alvo de desapropriação. "Estamos preparando o termo de referencia para contratar a empresa que vai fazer o cadastramento físico dos imóveis.
A partir daí, faremos a planilha orçamentária com a indenização de cada morador", explica.
Mesmo não sabendo quanto custará a desapropriação, o secretário garante que o valor arrecadado com a outorga será superior ao custo das indenizações: "Com o que sobrar, faremos outras intervenções viárias na cidade". Uma das presentes na audiência pública, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) afirma que "bairros como Saramandaia serão suprimidos em 40% e as comunidades sequer sabem que este projeto existe.Falta transparência".
Já Reginaldo Ribeiro, diretor da União dos Bairros elogia a proposta: "Esta via vem para acabar com o caos no tráfego de Salvador. Quem tem dinheiro, seguirá pela Linha Viva, reduzindo o tráfego da avenida a Paralela".
Fonte: Portal A Tarde /João Pedro Pitombo
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