O Estado do Rio Grande do Sul está convivendo repentinamente com algumas polêmicas que, do ponto de vista do cidadão comum, são absolutamente dispensáveis. Um destes casos está sendo a discussão a respeito da nova concessão dos pedágios que estão localizados nas estradas deste imenso Estado.
Os motivos aparentes da polêmica são a mudança de alguns locais, para aumentar o número de atingidos pela voracidade da cobrança do pedágio e abrir postos novos para abraçar o Rio Grande do Sul e exigir que todos os gaúchos contribuam para o sucesso das arrecadações que têm por objetivos a melhoria das estradas, a melhoria das sinalizações e assim por diante.
Percebe-se nestes objetivos, entre outros, que o povo não está disposto a dar às concessionárias este poder não cumprido até agora por elas.
O pedágio está muito caro e, acrescido aos impostos veiculares, torna-se um ônus pesado demais ao bolso defasado dos motoristas e empresas que precisam utilizar as estradas para realizar o transporte da produção agrícola, industrial e demais setores geradores do progresso de nosso Estado. Encaminhar este projeto de lei para a Assembléia Legislativa, com os intuitos abordados e outros implícitos, leva a sociedade gaúcha a fazer reflexões mais profundas, pois também prorrogar os contratos por mais 15 anos, com cinco anos de antecedência ao vencimento, no mínimo é brutal ao que o povo pensa.
O encaminhamento do projeto com o regime de urgência proposto fere a possibilidade de discussão ampla para a sociedade gaúcha participar da definição. Imaginar que ainda faltam cinco anos para vencer um contrato tão grande, tão importante para o povo gaúcho é, no mínimo, de se estranhar. Há cheiro de conluio no ar. O tempo enorme, precioso para o debate da sociedade está sendo retirado com o regime de urgência.
É lamentável. É de se imaginar que, nas entranhas de tudo isto, há objetos estranhos implícitos em tal voracidade.
Mas sempre devemos lembrar do slogan de campanha de Yeda Crusius, enquanto candidata ao governo do Estado: “Um novo jeito de governar”. Poucos gaúchos e gaúchas imaginavam que o significado deste slogan fosse tão maldito para o nosso povo.
Como cidadão, nos resta a possibilidade remota de os senhores deputados barrarem esta fúria para cima da maioria.
Dá a impressão de que a fúria demonstrada neste projeto é para cumprir promessas, saciar as mesas dos poderosos, demonstrar o autoritarismo jubiloso sem pena e sem dó de ninguém.
Áurio Paulo Scherer/Coordenador estadual do MPA e vice-presidente do STR de Arroio do Meio
Um comentário:
Concordo em numero e grau; pedagio em qualquer lugar do pais é cobrar duas vezes ou mais o IPVA, sendo assim uma pratica arbitraria, que tambem aumenta o preço de todos os produtos transportados e ultilizados pelo sofrido povo brasileiro
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