por Célio Heitor Guimarães
Com todo o respeito aos gênios envolvidos, a anunciada negociação do pedágio é um deboche à inteligência da população. O governo do filho do “seo” José oferece uma prorrogação dos contratos de concessão das rodovias e as concessionárias, por seu turno, oferecem o seu muito obrigado. Uma nova prorrogação é tudo o que elas mais querem, além, é claro, da cobrança de tarifas escorchantes.
Os atuais contratos vencem em 2023 – quer dizer, para os atuais “donos” das rodovias estaduais, amanhã. Desde que foram presenteados com esse mimo por Jaime Lerner & Cia., só ofereceram, com raras exceções, serviços de confeitaria: aparo da grama das margens, pintura da sinalização e eventuais tapa-buracos. Além, claro, da construção dos postos de cobrança. O mais foi parar nos tribunais e as “contratadas” tiveram apenas o trabalho de conter a fúria popular e as críticas da imprensa. Sempre com a mais absoluta competência, frise-se.
Agora, vem o “seo” Beto propor um “acordo”. Como medida preliminar, quando se esperava uma imediata redução das tarifas, acordou-se uma suspensão sim, mas das ações judiciais recíprocas. Quanta civilidade!…
A justificativa está nos jornais: “Milagre não existe. Ninguém vai baixar tarifa e investir recursos vultosos na melhoria da infraestrutura dessas rodovias, sem a contrapartida. E acho que os usuários não se preocupam com a duração desses contratos de concessão. Querem saber se o preço é acessível e as rodovias estão em bom estado”. Palavras de quem? Do porta-voz da ABCR, por certo? Não, do “seo” Beto, o atual representante dos interesses da população paranaense, legítimo sucessor do nosso JL de triste memória!…
Sua excelência avisa que ainda não chamou as concessionárias para uma conversa, mas já está se rendendo aos adversários. E ainda tem o desplante de afirmar, sem corar, que pretende fazer com que prevaleça o interesse público. Há notícia de que o saudoso José anda cabisbaixo lá no Céu.
E Beto aproveitou para alfinetar o seu antecessor: “Antes, o discurso era muito enérgico, na célebre frase do ‘baixa ou acaba’”.
Pois é, não baixou nem acabou. Continuou e só subiu. Vamos ver o que acontece agora, com diálogo e transigência. E, se a preocupação do senhor governador, além do dito “interesse público”, é com “a legalidade”, sua excelência precisa ser informado que a lei não admite nova prorrogação dos
atuais contratos de concessão. Muito menos o interesse público.
Fiquemos de olho.
Fonte: Blog do Zé Beto.
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