28 junho 2011

"Bahia - O São João do engarrafamento monstro"

Definitivamente, este modelo de concessão de rodovias praticado no Brasil, principalmente sob os governos Lula/Dilma, só atende aos interesses de uma das partes: a concessionária.

É inconcebível que o usuário comece a pagar por um serviço, antes que o mesmo possa ser oferecido. No caso da Bahia, em que as rodovias foram entregues à Via Bahia (Br-116 e 324), as concessões são um verdadeiro escândalo. Além da meia sola feita nas rodovias, como tapa-buracos e recapeamento em alguns trechos, ou pintura de faixas e sinalização deficiente, o que se vê é o surgimento a toque de caixa de uma profusão de praças de pedágio. As praças da BR-324, são incrivelmente grandes, com dezenas de baias de captação de dinheiro.

Até o momento essas estruturas enormes são o que foi, de fato, apresentado aos mortais contribuintes pelo pagamento de mais uma tarifa. Como as pistas são as mesmas de antes, o que acontece é o afunilamento nas praças, e a conseqüente retenção do trânsito por quilômetros, causando transtornos e acidentes, como os vários engavetamentos que pude presenciar em minha ultima viagem.

Trafegando pelo interior da Bahia neste São João, tomei a BR-116 um pouco antes do Ponto Cem, vindo de Santa Inês em direção a Ipirá. A rodovia, que a princípio apresentava boas condições de conservação, logo mostrou um incompreensível abandono, com ressaltos em quase toda a extensão e lombadas longitudinais em alguns pontos, decorrentes da deformação do asfalto, além de buracos.

Não entendo como uma rodovia pedagiada pode apresentar um estado de conservação tão horrível. Ora, o pedágio é mais uma tarifa que vem se somar aos tantos impostos e taxas que já pagamos com o objetivo de conservação de estradas. E se não me engano, a Via Bahia, como as outras concessionárias, têm, por contrato, a obrigação de prestar um serviço, que é a conservação das estradas sob sua concessão. No entanto, o que encontrei no trecho que percorri, até a entrada da BA-052 (Estrada do Feijão), foram duas praças de pedágio, buracos e muita irregularidade nas pistas. E o pior: nenhuma obra que indicasse que a situação irá melhor a curto prazo.

Algo está errado nessa relação. Se um serviço é concedido e tarifado, o serviço tarifado tem que ser concedido. E é o que não estamos vendo. Com raras melhorias, tipo a meia sola citada, as estradas são as mesmas de antes da concessão. Mas as “minas de ouro” chamadas de Praças de pedágio, estão funcionando a todo vapor. E vão surgindo mais e mais, a velocidades incríveis e a intervalos sempre muito reduzidos.

Na BR-324 o que ví foi um verdadeiro absurdo, neste primeiro São João com cobrança de pedágio: Nenhuma obra de duplicação em andamento (A concessionária alega problemas com o IBAMA) , mas o tilintar das caixas registradoras da monstruosa Praça de Pedágio, um monumento ao desserviço, atravancando o direito de ir de vir dos motoristas.

E como se não bastasse, um serviço de papa-filas, onde os atendentes estavam proibidos de passar troco, só recebendo de quem tinha o dinheiro da tarifa trocado. "Ordens da direção", diziam.

Será que os donos das “minas de ouro” não sabem como funciona, por exemplo, o sistema de papa-filas na Ponte Rio x Niteroi? Ou em outras rodovias onde a serviço é prestado de forma profissional?

Espero que a ANTT tenha a dignidade e o bom senso de rever esse sistema absurdo e escandaloso de concessão, no qual a tarifa começa a ser cobrada anos antes do serviço concedido ser oferecido. E que os críticos das privatizações anteriores, que agora fazem contratos lesivos aos interesses dos usuários, se espelhem nos modelos de concessões de sucesso, como as dos trechos Rio x Juiz de Fora e da Via Dutra, só para citar alguns.

Que no próximo São João, ou em outros feriadões, possamos ter garantido o nosso direito de ir e vir, sem o ônus dos transtornos que a ganância e a esperteza de políticos e empresários nos causam. Privatizações sim. Mas com profissionalismo, retidão e responsabilidade.

Fonte: Wiki Repórter ribeiro.euripedes@ig.com.br,
CAMAÇARI - BA

7 comentários:

Anônimo disse...

USANDO ARGUMENTOS FALACIOSOS O GRUPO INVEPAR LITORAL NORTE BAHIA CAPTA + DE 100% EM EMPPRESTIMOS INVESTE NA AVENIDA AINDA SOBRA TROCO (CVM)...

Anônimo disse...

USANDO ARGUMENTOS FALACIOSOS O GRUPO INVEPAR LITORAL NORTE BAHIA CAPTA + DE 100% EM EMPPRESTIMOS INVESTE NA AVENIDA AINDA SOBRA TROCO (CVM)...

Roberto Pedreira disse...

Por que ninguém questiona a inconstitucionalidade da cobrança do pedágio onde não há vias alternativas de passagem gratuita?
Eu passei a pagar QUATRO pedágios diariamente, DOIS para ir e OS MESMOS DOIS para voltar do trabalho: um na rodovia CIA-AEROPORTO (R$2,60) e outro na BR 324 (R$1,60), num trecho inferior a 50 km, de minha casa em Catu de Abrantes-Camaçari para a cidade vizinha de Candeias, ambas na mesma área metropolitana de Salvador-BA.
São SETE PEDÁGIOS CERCANDO A REGIÃO METROPOLITANA.
É UM ABSURDO!
A outra única opção é pagar R$4,90 no pedágio da Estrada do Coco, ir pelo polo petroquímico de Camaçari, e no Canal do Tráfego da Via Perimetral pagar mais R$2,60 para chegar a Candeias, ou seja, R$7,50 por dia, ida e volta.
UM ABSURDO!!!
mE INFORMARAM QUE SÓ TERIA ISENÇÃO NO SEGUNDO PEDÁGIO SE EU TRANSITAR ENTRE OS PEDÁGIOS DA CIA-AEROPORTO E DA VIA PARAFUSO (QUE NÃO UTILIZO), porque pertencem à mesma concessionará.
A constituição assegura o direito de ir e vir, já pagamos vários impostos na compra de combustível exatamente para cobrir a recuperação das estradas.
CADE O MINISTÉRIO PÚBLICO???

TATIANE RIBEIRO disse...

Gentee vamos nos mobilizar! Só falar não adianta!


A legislação fala do direiro de ir e vir e o livre acesso no território nacional.

Diz que as estradas não podem ser vendidas, mas o governo faz leilões delas.


E que parte da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico é passada para manutenção das estradas.

Pagamos para manutenção das estrradas no IPVA e no Cide!! E ainda pagamos pedágio!! Pagamos três vezes pra passar na NOSSA ESTRADA LEILOADA!

TATIANE RIBEIRO disse...

Gentee vamos nos mobilizar! Só falar não adianta!


A legislação fala do direiro de ir e vir e o livre acesso no território nacional.

Diz que as estradas não podem ser vendidas, mas o governo faz leilões delas.


E que parte da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico é passada para manutenção das estradas.

Pagamos para manutenção das estrradas no IPVA e no Cide!! E ainda pagamos pedágio!! Pagamos três vezes pra passar na NOSSA ESTRADA LEILOADA!

TATIANE RIBEIRO disse...

No Artigo 5º, da Constituição Federal, sobre Direitos e Garantias Fundamentais, podemos observar o parágrago XV:

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

TATIANE RIBEIRO disse...

No Artigo 5º, da Constituição Federal, sobre Direitos e Garantias Fundamentais, podemos observar o parágrago XV:

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;