A cobrança pela duplicação da BR 277, que resultou na declaração revoltada do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot, de que, se as obras não acontecerem, "qualquer coisa vamos queimar a praça de pedágio", gerou uma resposta cínica e desavergonhada da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR). A voz das empreiteiras no Paraná, emitida por João Chiminazzo Neto, se ergueu no mesmo tom, mas não para explicar as razões pela ausência de obras. Ao contrário. O "Joaozinho", como é conhecido, limitou-se a condenar a "incitação à desobediência civil" feita pelo representante do governo federal e, pior ainda, disse que os concessionários se sentem tranqüilos por conta da proteção existente nas cláusulas dos contratos firmados com o Estado.
É de dar engulhos. Os milionários exploradores das estradas, que enchem os bolsos sem prestar a contrapartida que lhes cabe, sequer ficam rubros com as vidas ceifadas no trânsito dos trechos sem duplicação. Falar de pedágio no Paraná é sempre traumático: começou com o episódio da concessão feita por Jaime Lerner, passou pela mentira requianista do "ou baixa ou acaba" e agora vive um novo capítulo com a dita negociação com Beto Richa. Que o atual governador imponha como início de conversa a retomada das obras de porte. A paciência do povo estourou.
Escândalo 1
Não há exemplo melhor para ilustrar o descaso dos pedageiros com a sociedade do que a ocorrência da última quarta-feira pela manhã na BR 277, na região de Cascavel, no trecho entre Céu Azul e Santa Tereza do Oeste. Após um grave acidente, com três vítimas com ferimentos, foi acionado o serviço de ambulância - uma obrigatoriedade contratual. A Ecocataratas, empresa que administra o trecho, mandou dois veículos para prestar socorro, mais um deles estragou no meio do caminho.
Escândalo 2
Segundo os próprios funcionários da concessionária, o motorista da ambulância, após percorrer 60 quilômetros, teve de parar o carro, pois o motor esquentou e pegou fogo. A razão: o veículo tinha 10 anos de uso.
Escândalo 3
Com a ocorrência em andamento, coube ao poder público concluir o resgate das vítimas. O Corpo de Bombeiros foi chamado e deu conta da situação. Os feridos, um deles em estado delicado, foram levados pelo Siate ao Hospital Universitário de Cascavel.
Justificativa
Em resposta à repórter Cristiane Guimarães, da Rede Massa, a Ecocataratas disse que o tempo de espera, com a quebra do carro de socorro, foi de "apenas" 17 minutos, o que não representaria um risco aos acidentados. Além disso, alegou que o trecho em questão já conta com dez ambulâncias.
Não ofende
O desabafo do diretor-geral do Dnit, embora inadequado, não acaba sendo compreensível?
Fonte: Parana-Online / Coluna Et Cetera.
3 comentários:
Em primeiro lugar, minhas desculpas às pessoas que usam as rodovias pedagiadas do PARANÁ, mas eu venho informar que duplicação JAMAIS, não vai sair duplicação nenhuma, em nenhum trecho de rodovia no PARANÁ, nos próximos CINQUENTA anos.
É a mais doída verdade.
Marco Antonio
A atitude do diretor do DENIT é aceitavel, pois ele simplismente demonstra como estão sentindo os cidadão paranaenses. É um absurdo essas empresas faturarem tanto sem tem um mínimo de retorno. Queria saber onde se encontra o TCU, MP, o próprio Judiciário, orgãos responsáveis pela morte das pessoas nas rodovias do Paraná. O contrato é blindado, a intenção é essa, porém a má prestação do serviço público é lei e pode ser suspenso as concessionárias que não prestam o serviço adequadamente. E isso é LEI, não há cláusula contratual que passe por cima das normas!
Ei..ei...anonimo o TCU e o MP estão aqui ó:
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumList?rl=ls&uid=2243731990056168535
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