07 dezembro 2010

Pedágio: uma sangria

O futuro secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, em entrevista a este jornal, fez duas afirmações precisas. A primeira delas sobre o Porto de Paranaguá: "Um bom gestor vai recuperar a competitividade em um ano de boa gestão".

A outra versou sobre a tarifa cobrada pelas concessionárias de rodovias no Estado: "Reduzir a sangria do pedágio do bolso do agricultor é um desafio ao governador". Ortigara nem assumiu o cargo e já merece elogios pela firmeza e racionalidade de suas ideias. No que tange ao Porto, seu diagnóstico é correto.

O nosso terminal, durante os sete anos do governo Requião, foi praticamente destruído pela péssima administração comandada pelo irmão Eduardo. No tempo em que esteve à frente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), ele abandonou o Canal da Galheta, não modernizou o sistema de embarque e desembarque de cargas e, além de tudo, deixou a corrupção correr à solta, inclusive tentando comprar uma draga, algo que só não se concretizou por determinação da Justiça.

O novo titular da pasta da Agricultura equivoca-se em apenas um ponto: a presunção de que em um ano se consertará o terremoto causado pela família Mello e Silva, uma vez que sob sua batuta houve incompetência demasiada e conivência completa às denúncias de irregularidades. De qualquer sorte, respira-se bons ares. Beto Richa escolherá, não há dúvida, alguém que entenda profundamente do assunto e recupere a posição invejável de segundo maior porto brasileiro.

Preço

Ortigara também bateu firme nos pedageiros, dando mostras de que é um excelente representante do meio rural. São os produtores agrícolas que mais sentem no bolso o assalto que é cometido diariamente nas praças de cobrança. O assunto volta à baila e é enfrentado por um dos principais nomes do novo governo.

Linha

O governador eleito terá dois caminhos a percorrer. O primeiro é o do diálogo, buscando a compreensão dos "donos" das estradas paranaenses. Se não obtiver sucesso, deverá buscar na Justiça, pelo menos, que as concessionárias façam a sua contraprestação, ou seja, realizem as obras constantes dos contratos, principalmente de duplicação das pistas. Assim, se diminuirá os custos do setor produtivo.

Lógica

Boas rodovias implicam em menos perdas de grãos durante o trajeto. Do jeito que está, os caminhões derramam milho, trigo e soja a cada freada. Ademais, o tempo que se perde ao trafegar em pistas simples corresponde a mais prejuízos.

Última

Depois de oito anos de inércia, há muito o que se fazer na Agricultura. No campo sanitário, por exemplo, cabe ao novo ocupante do posto trabalhar pela erradicação da aftosa no Estado, com a consequente dispensa de vacinações. Tudo indica que a secretaria, até aqui omissa, vai dar mais apoio às reivindicações do setor primário. Louva a Deus.

Fonte: Paraná Online, Coluna Et Cetera.

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