A BR-277 cruza o Paraná de Paranaguá à Foz do Iguaçu em 731 km de extensão. A principal rodovia do estado tem apenas dois trechos de duplicados: de Paranaguá até a BR-376 em Ponta Grossa, e de Medianeira até Foz do Iguaçu, na região Oeste. São 540 km de pista simples com pedágios e tráfego intenso.
De leste a oeste, a rodovia tem 10 pontos de cobrança de pedágio, administrados por quatro empresas concessionárias. O motorista que cruzar o estado pela BR-277 gasta R$ 83,30 em pedágios.
Nos 70 km de pista simples entre Cascavel e Medianeira, as cenas de imprudência e de abuso de velocidade dos motoristas são comuns e torna o trecho um dos mais violentos do Paraná. “É um trecho muito perigoso porque você sai de uma duplicação e já entra numa pista simples, o fluxo de veículos é muito alto. Então a probabilidade de acidente é muito maior. Então por mais que a gente tenha cuidado, esse trecho é muito perigoso”, disse o caminhoneiro Marcos de Oliveira.
Em média, são registradas 50 mortes por ano neste trecho. Sem contar às vítimas que morrem depois nos hospitais. Por dia, 6.500 veículos trafegam entre Cascavel e Medianeira. São principalmente turistas e caminhoneiros que transportam a safra de várias regiões do Paraná para os estados do Sul.
A duplicação é uma reivindicação antiga e está em pauta desde que o governo passou a rodovia para a iniciativa privada. A obra estava prevista no contrato de concessão, mas foi negociada em troca de tarifas mais baixas.
"É uma barbaridade que uma região como a região Oeste do Paraná estar brigando há mais de 20 anos por uma duplicação em uma rodovia barata, simples, de 70 km, onde nós estamos perdendo a toda hora pessoas. Uma rodovia que há quatro anos já deveria estar duplicada", afirmou o presidente da Associação Comercial de Cascavel, Leopoldo Furlan.
Em entrevista do ParanáTV 1ª edição, da RPC TV, desta segunda-feira (12), o diretor geral do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), Nelson Farah, disse o o governo está negociando com as concessionárias melhorias no trecho da BR-277. "É importante que se diga que a duplicação, em 2012, estava dentro do contrato, no aditivo de 2002. Quando foi em 2004, foi assinado um contrato preliminar do governo da época onde retirava as melhorias das rodovias. Em 2005, através da ata 17, não houve um acerto entre ambas as partes e judicialmente foram retiradas as melhorias, os investimentos nas rodovias", explicou.
Farah ainda completou. "Nós acreditamos que em um curto espaço de tempo podemos chegar a uma conclusão. Estamos com as concessionárias em uma intensa negociação, para que, consigamos tirar as análises técnicas, as análises jurídicas com um menor impacto na tarifa. Mas isso já estamos em fase final de negociação para que tenhamos um documento conclusivo para apresentarmos ao governador". Não há previsão para o início de obras na rodovia.
Acidentes graves
Em menos de 15 dias, a rodovia BR-277 teve graves acidentes. Em 20 de agosto, um micro- ônibus bateu com um caminhão na região de Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná, e 11 pessoas morreram.
No último sábado (10), uma van que transportava 17 pessoas para um campeonato de caratê em Foz do Iguaçu bateu de frente com um caminhão no município de Matelândia, Oeste do estado e cinco pessoas morreram. Treze ficaram feridas.
No feriado prolongado da Independência, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Estadual (PRE-PR) registraram 618 acidentes nas estradas do Paraná.
Do G1 PR, com informações da RPC TV Cascavel
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Um comentário:
É triste ver as noticias de mortes nesses trechos de rodovias onde se paga caro para morrer. O mais triste ainda é ver a insensibilidade das concessionárias em ver pessoas morrendo e não fazer nada para a melhorias dos "trechos da morte", pois o que manda e sempre mandará, são os lucros, e o judiciário não analisa a questão das vidas ceifadas e não mover uma caneta quanto a isso, o que se vê é juízes e desembargadores colaborando com a morte de pessoas inocentes, pois eles mesmo não utilizam das rodovias para fazer esses tipos de viagem.
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