Esta segunda-feira (24) foi um dia de cão para a BR-324. Logo pela manhã houve uma manifestação, à noite outra, além de denúncias durante o dia, na Assembleia, contra o estado da rodovia e cobrança do pedágio pela Via Bahia.
Pela manhã, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) tentaram negociar com os moradores da região conhecida como Passagem dos Teixeiras, que fecharam os dois sentidos da rodovia em um protesto iniciado por volta das 5h desta segunda-feira, que causou um congestionamento de cerca de 40 km.
Os moradores da localidade alegaram que fizeram um acordo com a Via Bahia para que ficassem isentos de pagar o pedágio. Como desde a instalação o acordo não estaria sendo cumprido, eles decidiram fechar a estrada com o protesto.
À noite foi o pior momento, com ameaças de tiroteio, em um protesto dos motoristas no posto de Amélia Rodrigues. Os dois sentidos da pista chegaram a ser fechados, por volta das 20h, mas a situação foi contornada antes das 21h, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal.
O prefeito de Feira de Santana, Tarcízio Pimenta, disse via Twitter que chegou a ocorrer um "quebra-quebra" no pedágio, o que foi negado depois pela PRF. Os possíveis danos ao pedágio ainda não foram contabilizados pela ViaBahia.
Assunto dominou sessão da Assembleia
As manifestações contra a cobrança de pedágio que pararam em dois momentos a BR 324, nesta segunda-feira, motivaram o pronunciamento do deputado Paulo Azi (DEM), na sessão da Assembleia Legislativa, contra o modelo de privatização das estradas adotado pelo PT.
Segundo Azi, a população está sendo obrigada a pagar um pedágio "criminoso". Ele lembra que o regime de concessão, de privatização, ocorre para que as empresas possam oferecer uma contrapartida à população, prestar serviços e, no caso específico das estradas, melhorar as condições de trafegabilidade nas rodovias.
"O que nós observamos é que o PT decidiu por uma privatização selvagem que visa a verdadeira entrega do patrimônio público a interesse privados, com destemor e sem nenhuma timidez", refletiu o democrata, enfatizando que os investimentos realizados pela concessionária se limitaram à construção de praças de pedágios e obras de maquiagem, como tapa buraco e roçagem dos acostamentos.
A bancada de oposição anunciou que vai ingressar com uma ação popular contra a Via Bahia com o objetivo de interromper a cobrança de pedágio na BR-324.
"Se o governo do estado é relapso e não dá a mínima para quem sofre com o descaso da Via Bahia, precisamos ver se o Judiciário atua com rigor para punir a concessionária, pois o que estamos vendo é a rodovia esburacada, trazendo prejuízos a milhares de baianos", afirmou o deputado Bruno Reis (PRP).
Líder do governo
Atento ao movimento, o Líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado José Neto (PT), reuniu-se com Bancada da Maioria para discutir soluções para a rodovia já nesta terça-feira (25) levará ao Governador os tópicos e resultados da reunião.
Ao fazer uso da palavra no plenário da Assembleia, o deputado estadual voltou a mostrar insatisfação com relação as condições da BR-324, e sua solidariedade aos usuários da via.
"Do jeito que está não dá para ficar. As intervenções estão longe da qualidade razoável e, infelizmente, a estrada está toda esburacada. O contrato é federal, mas estamos na Bahia e cobramos soluções", disse o deputado.
Aleluia pede fim da cobrança
Indignado com "a falta de respeito ao povo baiano", que já foi sitiado por pedágios na Região Metropolitana de Salvador e paga para usar estradas esburacadas, o ex-deputado federal José Carlos Aleluia cobra ação do Ministério Público e uma atitude do governador Jaques Wagner.
Para Aleluia, com todo o prestígio que diz ter com a presidente Dilma, Wagner já deveria ter cobrado uma providência dela, já que a BR-324 é uma rodovia federal.
"O governo do PT sabe cobrar pedágio, mas não sabe exigir um bom serviço para a população. Recém-privatizada pela Via Bahia, com a promessa de investimentos na melhoria e conservação da pista, a BR-324 está uma buraqueira só para desespero dos baianos que transitam na rodovia", denuncia Aleluia.
Neto ingressa com ação para suspender cobrança
Na mesma linha, o deputado federal ACM Neto anunciou que vai ingressar com uma ação na Justiça solicitando a suspensão da cobrança nas duas praças de pedágio da BR-324 (Simões Filho e Amélia Rodrigues) até que a Via Bahia, concessionária que administra a rodovia, conclua todas as obras que prometeu ao ganhar a concessão.
Na (segunda-feira), pela manhã, milhares de baianos passaram um verdadeiro sufoco para trabalhar ou mesmo para retornar às suas casas. Foram horas e mais horas enfrentando um engarrafamento gigantesco. Se o governador Jaques Wagner não tem pulso para dar um basta nesta situação, vamos recorrer à Justiça", disse o líder do DEM na Câmara.
Fonte: Interior da Bahia
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