SÃO PAULO - Transportadores que atuam no Porto de Santos afirmam que a cobrança do pedágio por eixo de veículo no Rodoanel Mário Covas, conforme proposta do governo do Estado, pode inviabilizar a passagem pela via. A cobrança encarece o custo do frete rodoviário e, consequentemente, o preço das mercadorias para o consumidor final.
Na última terça-feira, o governador de São Paulo, José Serra, anunciou a modelagem de concessão do trecho oeste. A tarifa pode chegar a R$ 3 e a empresa que oferecer a menor tarifa vencerá a concorrência. No leilão realizado pelo governo federal, o preço do pedágio ficou perto de R$ 1.
O valor máximo não agradou transportadores que operam no cais santista. O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos da Baixada Santista, José Luiz Ribeiro Gonçalves, disse que não haverá condições de pagar a tarifa pretendida. '
- Mesmo que esse valor seja reduzido no processo de licitação, a cobrança por eixo é injusta. Há caminhões com cinco, seis eixos. Considerando que seja mesmo R$ 3,00 o valor final, serão de R$ 15,00 a R$ 18,00 a mais.
Para ele, o estado abrirá a concessão com um valor muito alto para um trecho curto. O Oeste tem apenas 32 quilômetros de extensão ligando as rodovias Régis Bittencourt e Anhanguera.
- Na Régis Bittencourt, que tem 600 quilômetros, a cada 70 quilômetros tem a praça de pedágio, o preço do pedágio varia de R$ 0,90 a R$ 2,80. Mas o detalhe é que é para 70 quilômetros percorridos - explica.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Cargas do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha, afirmou que o setor poderá preferir manter o trajeto pelas marginais Tietê e Pinheiros, que cortam a capital, e o acesso pela Avenida dos Bandeirantes, no coração da zona sul, a entrar no trecho oeste.
- Se for incompatível, muita gente vai continuar viajando pela Avenida Bandeirantes. Se for realmente por eixo, vai inviabilizar totalmente.
Marques da Rocha comentou, ainda, que o sistema de pedágios brasileiro não tem tradição de cobrar por veículo, mas sempre por eixo. Segundo ele, na Europa, o máximo cobrado é por três eixos.
- Aqui tem caminhões com até nove eixos. Quando não vai sair essa passagem pelo Rodoanel? - questionou.
O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas no Estado de São Paulo (Fetcesp), Flávio Benatti, reivindica isenção da taxa para caminhoneiros e transportadoras.
Tribuna Online Plantão em 15/11/2007
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