Em valores atualizados, são R$ 5,3 bilhões, aponta Dieese
AEN
A arrecadação das seis concessionárias de pedágio no Paraná aumentou 354%, de 1998 até outubro de 2007. Esse percentual representa R$ 5,3 bilhões, em valores atualizados, resultantes das cobranças das tarifas nas 27 praças de pedágio. Os dados foram apresentados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) na audiência pública realizada pela Frente Ampla pelos Avanços Sociais, nesta quinta-feira (8), no plenarinho da Assembléia Legislativa do Paraná.De 1999, quando as seis concessionárias arrecadaram R$ 165 milhões, esses valores saltaram para R$ 750 milhões, em 2006, e devem ultrapassar e R$ 828 milhões, em 2007, segundo dados fornecidos pela própria seção da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) no Paraná.Ainda segundo o Dieese, na média, desde o início da cobrança do pedágio no Paraná, em 1998, a tarifa subiu 136% até o final de 2006. A tarifa que teve maior aumento no período foi o da Ecovia, de Curitiba a Paranaguá, com um aumento de 187%. Em 1998, a tarifa era de R$ 3,80, saltando para R$ 10,90 hoje.Outro dado levantado pelo Dieese é que, mesmo no início da cobrança do pedágio, as tarifas já eram bem maiores que as tarifas que serão cobradas pelas empresas que venceram recentemente o leilão realizado pelo governo federal. A média das tarifas das seis concessionárias era de R$ 3,00 em 1998, enquanto a média das tarifas do recente leilão feito pelo governo federal é de R$ 1,10.INFLAÇÃO - O presidente do Senge (Sindicato dos Engenheiros), Ulisses Kaniak, disse que, há seis anos, a entidade vem acompanhando com o Dieese as tarifas de serviços públicos, depois que foram feitas as privatizações. “Vimos que os aumentos eram galopantes, em relação à inflação”, observou. “Se considerarmos que, em dezembro de 98, houve aquela redução proposital em véspera de eleição, praticada durante pouco tempo, os reajustes foram 100% acima da inflação”, disse KaniakKaniak aponta os dados que provam que as tarifas aumentaram abusivamente. “O fluxo de automóveis cresceu nas praças de pedágio e o preço da tarifa, em vez de diminuir, aumentou. Até agora, tudo o que as concessionárias têm feito é lesar o bolso dos contribuintes. Só podemos ir e vir no Paraná se pagarmos pedágio”, disse.O presidente do Senge disse ainda que não há o que justifique os reajustes que, a partir de 2003, foram conseguidos na Justiça. “Não foram feitas grandes obras, só tapa-buracos e remendos na estrada, não teve obras de duplicação novas. O levantamento do Dieese é mais um instrumento para escancarar o absurdo que é o preço cobrado hoje pelo pedágio”.
O coordenador do Fórum Popular contra o Pedágio, Acir Mezzadri, disse que o pedágio não veio por acaso. “Ele foi dado de mão beijada para a iniciativa privada, para amigos e financiadores de campanha. Depois que uma malha enorme de estradas estava construída, paga com recursos da população, as empreiteiras, que se transformaram nas atuais concessionárias, bolaram o melhor negócio do mundo, defendendo a privatização das estradas e sendo beneficiadas com a sua exploração”, lembrou. O presidente do PCdoB de Curitiba, Joel Benin, também consideraram os preços das tarifas de pedágio no Paraná abusivas. “É possível fazer um preço mais baixo e mais justo”, disse Benin.
CAMPANHA - O diretor do departamento jurídico da Associação Comercial do Paraná, João Carlos Régis, disse que as estradas do Paraná foram feitas com dinheiro público e de impostos compulsórios. “As concessionárias não investiram um centavo na sua construção. Não é legítimo, segundo o direito, que quem não colocou nada tire tudo. De Curitiba a Paranaguá, por exemplo, a concessionária não realizou nada que justifique a cobrança de pedágio”, asseverou.O coordenador da Frente Ampla pelos Avanços Sociais, Doático Santos, estabeleceu acordo com representantes do litoral em Paranaguá que as cidades daquela região vão comparecer à grande reunião de todo o Estado marcada para 20 de novembro.
Doático também avisou que em 5 de dezembro, Dia Nacional de Luta contra o Pedágio, data em que a Justiça vem dando os reajustes para as concessionárias, haverá uma grande manifestação em Curitiba com prefeitos e delegações de todas as regiões do Estado.
Um comentário:
Concurso do Pedagiômetro
O site do Paulo Henrique Amorim resolveu criar um "Concurso do Pedagiômetro". A idéia é fazer um "equipamento" para medir quanto o governo do estado arrecada com pedágios. Igual a um tal de "Impostômetro", que foi inventado pela Associação Comercial de São Paulo.
O "Pedagiômetro" é uma tiração de sarro só pra chamar atenção do absurdo que é a cobrança de tanto pedágio no estado de São Paulo.
Veja mais sobre o concurso la no site Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim. O endereço é:
http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=14570
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