18 fevereiro 2011

Tarifas de pedágio podem ser reduzidas no Rio Grande do Sul

PORTO ALEGRE - O governo do Rio Grande do Sul recebeu carta branca da presidente Dilma Rousseff para determinar qual modelo de pedágios será implantado no Estado a partir de 2013, quando vencem os atuais contratos com a iniciativa privada. O anuncio foi feito pelo governador gaúcho Tarso Genro (PT) em entrevista a uma emissora de rádio da capital.

"Conversei hoje (quinta-feira) com a presidente Dilma, sobre o que houve até aqui (em relação aos pedágios no Rio Grande do Sul). E ela me autorizou a formatar um modelo e encaminhar ao Ministério dos Transportes", informou o governador.

O detalhamento do projeto será feito por um comitê liderado pelo secretário da Infraestrutura, Beto Albuquerque. Por enquanto, o que se sabe é que haverá redução no valor das tarifas: a expectativa do governo é diminuir os preços cobrados em pelo menos 50%.

O modelo a ser adotado também deve mudar. Ao invés da divisão em polos - em que a empresa assume um grupo de rodovias de pouco fluxo e uma de grande movimento para compensar - será proposta a mudança para o sistema ponto-a-ponto, no qual se cobra por quilometragem rodada.

Atualmente, um imbróglio jurídico envolve essa questão no Rio Grande do Sul. Em 2009, a ex-governadora Yeda Crusius (PSDB) devolveu 1,8 mil quilômetros de rodovias no Estado para a União, sob o pretexto de que não poderia arcar com uma dívida de R$ 1,7 bilhão cobrada pelas concessionárias em razão de "desequilíbrios financeiros" nos contratos.

Yeda chegou a propor a prorrogação dos contratos por mais 15 anos como forma de compensar as empresas, mas a medida além de impopular, foi contestada pelo Tribunal de Contas que recomendou que o governo reassumisse a fiscalização das rodovias.

Por sua parte, o Ministério dos Transportes argumentou que a operação era ilegal e desde então a população gaúcha não sabe a quem recorrer se constatar algum problema nos trechos em disputa.

O impasse não foi resolvido sequer depois da posse de Dilma Rousseff e Tarso Genro, em 1º de janeiro, ainda que as duas partes tenham se mostrado abertas ao diálogo.


Fonte: Naira Hofmeister, especial para O Globo

Um comentário:

Anônimo disse...

O povo gaúcho, sem dúvida, espera uma solução para esse assunto que já se tornou cansativo para todos os usuários da rodovia. Salvo engano, esses são os primeiros contratos de concessão de serviços públicos a vencerem atualmente. Esperamos que o governador Tarso Genro tenha conciências dos próximos contratos que infelizmente serão realizados e estude um modelo mais adequado para todos que utilizam as rodovias gauchas.
O ponto positivo nessa discussão é que, pelo menos, estão avaliando outras formas de concessão, e uma das formas mais viáveis é avaliarem e realizarem estudos cuidadosos, até mesmo em modelos usados no exterior. Um grande exemplo de concessões justas, são as praticadas no Chile, onde as concessionárias recebem o valor dos usuários até alcançar o valor gasto nas rodovias, incluindo o lucro e mais correções. Isso significa que quanto mais carros passarem pelas praça de pedágio mais rápido uma encerrao contrato, até mesmo antes de estipulado o prazo de concessão. Isso sim, deveria ser levado ao conhecimento da ANTT, entidade responsável para atender o interesse público.