20 janeiro 2010

Pedágio deixa 1,2 mil pessoas ilhadas na zona rural

Os moradores reclamam que estão ilhados e que precisam pagar a taxa para ir ao Centro da cidade

A instalação do pedágio em Engenheiro Coelho, no Km 159,7 da Rodovia General Milton Tavares de Souza (SP-332), deixou ilhados aproximadamente 1,2 mil moradores da zona rural e de condomínios de três bairros do município — Lagoa Bonita, Parada e Cidade Universitária. A concessionária Rota das Bandeiras bloqueou o acesso a uma estrada municipal que servia como rota de fuga do pedágio e removeu uma rotatória que permitia aos veículos atravessar a rodovia.

As restrições trouxeram transtornos para moradores da região. Eles são obrigados a pagar duas vezes o pedágio (ida e volta) e a percorrer até 15 quilômetros para atravessar a rodovia, trajeto que antes tinha 100 metros, pela rotatória. Outra alternativa dos moradores, a estrada municipal, que liga Engenheiro Coelho ao município de Artur Nogueira, teve o acesso bloqueado com peças de concreto.

Os moradores reclamam que estão ilhados e que precisam pagar o pedágio para ir ao Centro da cidade em deslocamentos rotineiros, como para usar serviços, trabalhar, fazer compras e receber atendimento médico.

A região isolada pelo pedágio é agrícola, mas abriga também condomínios residenciais, algumas empresas e o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), onde estudam aproximadamente 5 mil universitários.

O problema é ainda maior para o casal Salino Esperança e Lourdes Aparecida Esperança, proprietários do sítio Lagoa Bonita, cortado ao meio pela rodovia, construída há cinco décadas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). O pedágio foi instalado no trecho que divide a propriedade e o casal precisa pagar para ir de um lado a outro do sítio.

“Até hoje aguardamos o pagamento da indenização do DER, mas nunca recebemos o dinheiro”, disse Salino Esperança, sobre o trecho desapropriado. “Agora, para completar, entregam a uma concessionária, que instala um pedágio e obriga a gente a pagar até quando vamos cuidar do gado, que fica em nosso sítio, do outro lado da rodovia”, reclamou.

Para atravessar, a família Esperança é obrigada a pagar R$ 3,50 no pedágio, em frente à propriedade, no sentido Campinas-Engenheiro Coelho. Depois, precisa fazer um retorno na rotatória, entrar quase na área urbana de Engenheiro Coelho e voltar para a rodovia. Paga novamente R$ 3,50 no pedágio, no sentido contrário e, finalmente, chega ao outro lado da rodovia. “É um absurdo. A concessionária tem que manter uma rotatória nessa região e isentar a gente de pagar o pedágio”, afirmou Esperança.


Fonte: Cosmo On Line.

2 comentários:

Rogerio Ap. Nishimura disse...

Nesse caso o casal Salino Esperança e Lourdes Aparecida Esperança não poderia simplesmente fechar a rodovia que passa no meio da sua propriedade ou entrar na justiça para obter parte do lucro do pedágio, já que a Praça está localizada no meio da sua propriedade e não foram pagas as indenizações? A terra em que está localizada a rodovia e a Praça de Pedágio continua sendo deles. Cadê a lei que determina a reintegração de posse a terras invadidas??? Entendo esse caso como uma invasão por parte do DER e que agora passou as terras invadidas anteriormente para a Concessionária. Esse caso é um verdadeiro incentivo à bandidagem, já que quem autorizou essa concessão deveria antes regularizar a situação das terras, localizadas em terreno irregular. Se eu ou qualquer cidadão invade um terreno do Governo para construir uma moradia para abrigar nossos filhos, somos expulsos até com a força policial. Vem oficial de Justiça, Delegado, tudo quanto é autoridade para nos despejar do local. Já vi até o uso de bombas e balas de borracha para a reintegração de posse de terrenos do Governo invadidos por pessoas carentes que naum têm onde morar, por culpa do próprio Governo que não usa do dinheiro público corretamente. Mas e nesse caso, cadê essas autoridades? Cadê os juízes e a Polícia que não faz nada? Estamos mesmo numa Ditadura disfarçada de Democracia. Como a lei no Estado de SP mudou depois que o José Pedágio entrou no Governo... Agora a primeira coisa que se pensa quando é preciso fazer uma obra em qualquer rodovia Paulista, é uma licitação para a concessão de cobrança de Pedágios. E o IPVA? E a Cide??? Fora José Serra... Fora os pedágios!!!! Vamos nos unir e retomar o que nos foi tirado... Nossas Estradas que devem ser mantidas com o dinheiro dos impostos!!!

MPE-RJ E O PEDAGIO EM AVENIDA disse...

Tradicionalmente todas as avenidas e túneis do Rio de Janeiro, inclusive o Aterro da Gloria e os elevados, sempre foram construídos e mantidos com recursos públicos oriundos da coleta de impostos em épocas cuja receita eram inferiores as atuais em face do numero menor de contribuintes. Portanto a figura do pedágio urbano não é apenas ilegal é crime de usura.