06 dezembro 2010

Carlos Moreno: Parcerias público-privadas são "vergonhosas"

O juiz do Tribunal de Contas Carlos Moreno afirmou esta quinta-feira que o Estado deveria informar devidamente a sociedade da grave situação do país. O juiz defendeu também que o Estado deveria renegociar algumas parcerias público-privadas que "são verdadeiramente vergonhosas."

O Estado deveria "lançar mão de todos os instrumentos jurídico-constitucionais" para alterar os contratos público-privados, disse o magistrado esta quinta-feira na conferência sobre o tema na faculdade de Direito de Coimbra.

"Portugal é o campeão europeu das parcerias público-privadas", afirmou, frisando que o seu valor ascende a 1500 mil milhões de euros, enquanto em França não chega a 500 mil milhões de euros. Em Espanha e Itália as parcerias são de 289 mil milhões e de 66 mil milhões de euros, respectivamente”, revelou Carlos Moreno no seu discurso.

"Isto põe problemas graves de sustentabilidade das Finanças Públicas", acrescentou.

O juiz recordou que a primeira parceria público-privada foi feita em 1992 para a construção da Ponte Vasco da Gama, numa altura em que não havia legislação, sem se estudarem as vantagens relativamente a outras soluções e sem que o Estado tivesse no seu seio uma "multiplicadade de saberes e de experiência para bem negociar."


Na última década e meia, "o Estado foi repetindo os mesmo erros por desleixo", porque não criou no sector público uma unidade de excelência para os avaliar e negociar, recorrendo sempre a "consultores externos pagos a peso de ouro", acusa o juiz.

Fonte:Correio da Manhã.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dificilmente essas negociações irão ocorrer. O autor dessas negociações nada mais é o autor dessas parcerias público-privado. O Estado. Esse agente que tem a obrigação de atender o interesse público é o mesmo agente que contraria todos os interesses da sociedade civil, que prejudica a ordem econômica e social. A implantação dos pedágios geral prejuizos a saúde familiar, ao emprego, ao lazer dentre outros preceitos constitucionais assegurados ao cidadão.
É notavel que essa cultura política e claramente herdada pelos prtugueses.
Essas parcerias são situações que implica em vários aspectos sociais dito acima, exige estudos para delegar algum bem ou serviço público à iniciativa privada.
Cabe a sociedade civil se organizarem e atuarem contra essa discrepância do poder público em conceder seviços em excesso para empresas privada, que utilizam de contratos amarrados com a administrção pública e assegurarem seu lucro abuisivo, e principalmente a justiça julgar com mais celeridades essas questões.