04 maio 2011

País de múltiplos problemas

Desconfiamos que o País está sem rumo. Tal desconfiança remonta a mais de 30 anos. Desde o início dos anos 80. Quando o País parou de crescer, e se deteriora a olhos vistos. Cada legislatura é pior que a anterior. Os economistas perderam o senso de crítica. A imprensa pouco denuncia. E quem paga é a população. Sem se aperceber disso. É incrível a cegueira, surdez e mudez de um povo. -

A inflação voltou a ficar fora de controle. E não é por causa do mundo como diz o governo. A culpa é só nossa. Não sabemos mais fazer política econômica. Erramos tudo. Erramos? Sem querer? Ainda a comprovar, já que os governos ganham muito com a inflação. A arrecadação cresce e as despesas permanecem por algum tempo. Os empresários também, já que salários crescem anualmente.

A dívida interna já passa de 1,7 trilhão de reais nas mãos do público. E cerca de 700 bilhões com o Banco Central, que a imprensa não aponta. Que ele não consegue repassar ao público. O que soma 2,4 trilhões. Era de 150 bilhões em 1994. De 1,0 trilhão em 2002. E será de uns 2,8/3,0 trilhões em 2014. Em 2010 o governo pagou 190 bilhões só em juros sobre a dívida. Em 2011 pagará cerca de 230 bilhões. O PAC (sic), menina-dos-olhos do governo, que praticamente não anda, tem orçamento anual de 40 bilhões, segundo se sabe. Há algo de podre no Reino da Dinamarca, como diria Shakespeare.

A corrupção avança a olhos vistos. Nunca antes neste país se viu coisa igual. A explicação que se dá é que hoje há mais denúncias. O que é isso? É fato mesmo, não mais denúncias. A arrecadação de tributos é a prova. A mais alta carga tributária do planeta. E o retorno é ínfimo, quase nada. Fica difícil explicar a diferença. Só podem ser atalhos "desconhecidos" (sic). E ela cresce acima da inflação. O que significa mais aumento da carga tributária ano após ano.

As despesas do governo crescem desproporcionalmente. E mesmo os seguidos aumentos de impostos não cobrem as despesas. O que vai arrebentando o País. E ninguém parece perceber. Em poucos anos não haverá dinheiro para nada, para nenhuma despesa. A alternativa que se vê é aumentar impostos. Lembramos que há um limite. De 100%. O governo com tudo e o povo sem ter o que comer e vestir.

O Exército, a Aeronáutica e a Marinha estão com equipamentos sucateados. Não há recursos para nada. Nem para peças do que existe. Se entrássemos numa guerra com nossos vizinhos, desapareceríamos se dependêssemos de equipamentos e tecnologia.

Nossos aeroportos estão com capacidade exaurida. Nós que viajamos sabemos como estão. Certamente todos desejariam que seu carro andasse a 800 quilômetros por hora, para não depender do péssimo serviço dos aeroportos e das empresas aéreas. Mas este é assunto para outra ocasião. Não vamos misturar as porcarias. Ou que tivéssemos trens. Não o fantasma que queremos construir. Aquele que nunca sairá do papel. E, se sair, jamais será terminado. Não haverá dinheiro para isso, cerca de 100 bilhões (valor nosso). Ninguém terá como pagar sua passagem.

Ir de carro? Outro sonho. Nem 800 nem 80. As estradas estão sucateadas. No geral, salvam-se as de São Paulo e algumas poucas no país. E sabemos por que. É fácil ficarem boas com o abuso dos pedágios. E não fazemos nada. Todos dizem que é melhor pagar pedágio do que andar em estradas ruins, que destroem os carros. Mas, incrivelmente, ninguém pensa com a lógica que deveria. Ou seja, que deveríamos ter estradas boas sem pedágio. Com os altos impostos, e com o IPVA - antiga TRU, mudada para não caracterizar bitributação - deveríamos ter estradas boas do poder público. Aceitamos a transferência e não exigimos nossa devolução dos impostos. É incrível.

Trem então, nem pensar. Os poucos que temos é para carga. A não ser trens urbanos, também poucos. Nossa malha ferroviária é a pior do mundo. Temos apenas 28.000 quilômetros de ferrovias. O que dá 3,4 quilômetros de ferrovia por 1.000 km² de território. A Argentina tem 12, a França 60, a Inglaterra 70 e a Alemanha 130 por km². É de pasmar. Os EUA tem 300.000 quilômetros de ferrovia. Dados do governo brasileiro. Quando vemos nossa mapa, quase não enxergamos a ferrovia. Quando olhamos o dos EUA, quase não vemos o mapa.

Somos um país rodoviarista. 60% das nossas cargas transitam pelas estradas. Nos EUA apenas 32%. No entanto, sabemos que temos 1,6 milhão de quilômetros de estradas, com apenas 170.000 asfaltadas. O Tio Sam tem 6 milhões, todas asfaltadas.

As nossas fronteiras não são vigiadas e entra de tudo. Há poucos dias repórteres de um grande jornal brasileiro compraram uma arma no Paraguai, e a receberam por motoboy, em frente a seu hotel, vindo pela Ponte da Amizade. É muita amizade.

O conselho de Ética do Senado tem 15 novos membros e segundo os jornais, boa parte deles responde a inquéritos e processos no STF. O que é um descalabro. Sem contar que não conseguimos entender por que nossos (sic) representantes respondem no STF. E nós, seus pagadores de salário e das maiores mordomias do mundo, respondemos na justiça comum. Como diria Shakespeare...

E no Japão, as pessoas continuam se suicidando ou se demitindo quando são pegas em corrupção. A decência parou lá no país do Sol Nascente.

E ainda temos que ouvir que somos pessimistas. Que não vemos nada de bom. Ainda nos restaria muito a colocar aqui, mas a ditadura do espaço não permite. Como o fato de pagarmos os mais caros combustíveis, internet, energia, telefonia etc. do mundo. As péssimas saúde, educação e segurança que recebemos etc.


Fonte: DCI/Opinião: Samir Keedi é professor, economista, autor de vári

Um comentário:

Anônimo disse...

- Só existe uma resposta e um único culpado amigo!
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"O PODRE PODER JUDICIÁRIO - corrompido, negociado sentenças e decisões em todos os niveis."
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Vivemos num ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITOS, e como tal quem cuida das distorções da democracia é o PODER JUDICIÁRIO, assim:
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Você reside numa comunidade qualquer, e que tem uma liderança, percebendo que na sua comunidade os serviços do Estado não estão de acordo com os princípios constitucionais, você se dirige a sua liderança e reclama, que por sua vez comunica o Judiciário, esse tal judiciário, manda constatar em lóco se as afirmativas são verdadeiras, e se constatando, o juiz deveria intimar o poder executivo e "exigir" o cumprimento da lei sob penas pesadas.
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No entanto o Executivo Municipal, responde que teria que gastar, uma hipótese, cinco milhões de reais e que no momento os recursos são escassos, mas que pode mandar 500 mil pro juiz ficar calado e aguardar uma nova oportunidade. E o juiz pilantra embolsa e se cala.
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ASSIM FUNCIONA O PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELA MISÉRIA NACIONAL - O PODRE PODER JUDICIÁRIO.